Ouvi de um executivo do mercado que o acesso à internet através do televisor – isto é, sem o uso do computador – é um dos grandes trunfos da indústria para manter as vendas após a Copa do Mundo. Como se sabe, neste primeiro semestre as lojas venderam praticamente tudo que colocaram nas prateleiras, batendo o recorde histórico do setor: ainda não há estatísticas oficiais, mas as estimativas apontam para uma alta de 20% sobre 2009, quando foram vendidos cerca de 9,5 milhões de TVs. Algumas redes de varejo simplesmente dobraram suas vendas entre janeiro e maio, devido à Copa, e é claro que isso não vai se repetir até o fim do ano. Mesmo assim, se os cálculos estiverem corretos, terminaremos 2010 com aproximadamente 11,5 milhões de unidades vendidas.

Terminado o impacto da Copa, como acontece a cada quatro anos, as vendas sempre voltam ao seu ritmo normal. Para atrair novos compradores, o recurso de acessar a internet pelo TV é certamente convidativo. Pesquisas encomendadas por alguns fabricantes confirmam que esse item influi decisivamente sobre a escolha deste ou daquele modelo, principalmente entre usuários que não estão familiarizados com o computador. A facilidade de acesso pelo controle remoto e a conveniência de não precisar ligar o PC têm apelo forte. Estamos produzindo uma reportagem a respeito, para a próxima edição da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL, e o que se pode notar é que as principais marcas estão mesmo apostando nesse apelo.

Anotem: LG, 14 modelos cada uma com esse recurso; Samsung, 13 modelos; Panasonic, um plasma de 50″ e outros a caminho; a Philips promete quatro modelos para o segundo semestre, incluindo o Cinema 21×9 (veja neste vídeo uma demonstração); e a Sony está lançando nada menos do que 25 televisores que acessam a internet (ou seja, toda a sua nova linha Bravia). O que há de diferente entre cada marca é a oferta de conteúdo. Todos os aparelhos dão acesso ao YouTube, mas a Samsung, por exemplo, fechou também acordo com o Portal Terra – você pode entrar lá acionando o controle remoto do TV; a LG fez o mesmo com o UOL; a Sony promete acesso ao Twitter; e a Philips diz que terá um browser com o qual será possível navegar por qualquer site!

O melhor da brincadeira são as atualizações: entrando no site do fabricante, o usuário vai poder obter acesso a novos endereços, conforme forem sendo feitas as parcerias meu colega Eduardo Bonjoch, mais bem informado, me corrige: você não acessa o site do fabricante para as atualizações; eles é que enviam um pacote de dados para o seu TV (sim, o esquema é fechado, o fabricante não pode liberar o acesso a quem quiser; pelo menos, não por enquanto). Chegamos assim à geração dos televisores atualizáveis, como são os computadores, em que você pode baixar novos aplicativos a toda hora. Olhando por esse ângulo, não há dúvida que é um caminho sem volta. E uma tendência irresistível para quem gosta de tecnologia.

Se vale a pena navegar na internet pela tela do TV? Há controvérsias. Qualquer dia desses, comento o assunto. Este artigo dá boas dicas.

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