Certas notícias deveriam ganhar as manchetes, pelo que trazem de ilustrativo a respeito das políticas públicas e de como os governantes tratam os cidadãos. Enquanto aqui discute-se há mais de dois anos um Plano Nacional de Banda Larga (que, como sabemos, ainda não saiu do papel), nos EUA a FCC (Federal Communications Commission), equivalente à nossa Anatel, anunciou esta semana um plano de verdade, a ser implantado de imediato. Segundo a agência Reuters, a FCC pretende repassar um total de US$ 4,5 bilhões em subsídios a famílias residentes em áreas rurais, aonde as operadoras não têm interesse em levar suas redes de banda larga. Subsídio, no caso, significa: instalar as redes e oferecer o serviço gratuitamente nessas regiões determinadas, que ficam distantes dos grandes centros e/ou em locais de difícil acesso. Pelos dados da FCC, 18 milhões de pessoas vivem nesses locais e atualmente não contam com nenhum serviço do gênero.

O dinheiro virá de um fundo chamado Connect America, lançado pelo presidente Obama e que tem a intenção de levar banda larga a toda a população do país até o final da década. Obama deu prioridade total ao plano porque, entre outras coisas, permitirá criar cerca de 500 mil empregos e economizar US$ 2,2 bilhões, quando as famílias beneficiadas deixarem de usar as redes telefônicas atuais. Claro, são números oficiais, ou seja, que podem não ser verdadeiros, ou talvez não se confirmem na prática. Mas isso, no caso, é o de menos. Importante é que, mesmo vivendo uma das maiores crises econômicas de sua história, o governo dos EUA tornou a banda larga uma questão de segurança nacional. “O que antes era um luxo agora torna-se necessidade para todos os americanos”, diz o texto do plano.

Mais: a FCC está apenas colocando em prática uma política de governo, com seus próprios meios e sem ter quer negociar ou fazer concessões às operadoras. Pode até não dar certo. Mas é o que todo governo deveria fazer, certo?

 

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