Uma fonte ligada aos bastidores das negociações confirma: não será pra tão cedo a fusão entre Oi e Brasil Telecom, pensada para resultar na maior operadora de telefonia do País. Apesar de todos os interesses políticos envolvidos (e ponha interesse nisso), o negócio terá que seguir os trâmites técnico-jurídicos inevitáveis.

Palácio do Planalto e Ministério das Comunicações esgotaram suas cotas de pressão sobre a Anatel, que não aceita (nem pode) decidir na canetada. A agência precisará de pelo menos seis meses para analisar todas as implicações técnicas, econômicas e estratégicas dessa união – que, como já dissemos aqui, querem fazer com o nosso dinheirinho.

Em paralelo, entre as demais operadoras há quem defenda um recurso ao Cade, órgão encarregado de analisar se negócios como esse não ferem os princípios da livre concorrência. Se isso acontecer, podemos colocar mais uns dois anos até que saia uma decisão definitiva.

telefonia.jpgDe qualquer modo, a tendência de fusão entre as operadoras parece irreversível. Para o consumidor, seria ideal que houvessem mais empresas disputando esse mercado e assim ajudando a melhorar os serviços. Mas, na prática, não é isso que irá acontecer. Podemos ter outros negócios semelhantes nos próximos meses. O que, inevitavelmente, irá levar ao fim da regra pela qual se bateu o falecido ministro Sergio Mota, o cérebro das privatizações na telefonia, na década de 90: a de dividir o mercado em regiões, permitindo que cada operadora competisse num determinado território. Esse modelo vai se revelando impraticável, pela necessidade que essas empresas têm de obter escala operacional. Não tem jeito: logo, logo, todas (pelo menos as que sobrarem) vão estar atuando no País inteiro.

Enquanto isso, de concreto mesmo, resta o fato de que a Oi mantém seu cronograma de expansão para o mercado paulista e está contratando muita gente para isso. As outras operadoras que atuam no Estado estão alvoroçadas.

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