Entre mortos e feridos, este é o balanço da pane nos sistemas da Telefonica, que parou boa parte do Estado de São Paulo na semana passada (resumo aqui o que informa o IDG Now, ao levantar vários pontos ligados ao problema):
1) A operadora informa que dará descontos na mensalidade a todos os 2,4 milhões de usuários do Speedy – a conferir.
2) Diz também que, de seus 7 mil clientes corporativos, cerca de 3.500 foram afetados, sendo 500 deles órgãos públicos.
3) O problema foi causado por falhas simultâneas em dois roteadores da rede MPLS localizados em Sorocaba. MPLS (Multiprotocol Label Switching) é o tipo de rede que permite transferir rapidamente grande quantidade de dados, através de roteadores, em caminhos pré-determinados. Nem o presidente da Telefonica, Antonio Carlos Valente, sabe dizer por que não entraram em ação os chamados sistemas de redundância, que existem e são programados justamente para essas emergências. Também é estranho que dois equipamentos diferentes tenham falhado ao mesmo tempo.
4) Técnicos da Anatel e do CPqD foram chamados para vistoriar os equipamentos que apresentaram defeito e devem dar um parecer nos próximos dez dias.
5) Há suspeita de sabotagem, reforçada por uma série de demissões que a empresa fez na semana passada. A Telefonica terceirizou alguns serviços com fornecedores como Ericsson, Juniper e Nortel, o que resultou na saída de aproximadamente 700 funcionários. Valente diz que não acredita em sabotagem, mas em princípio não se descarta essa hipótese.
6) A operadora pode sofrer multa da Anatel, no valor de até R$ 50 milhões – sinceramente, duvido muito.
Em uma mensalidade de 30 a 100 Reais, o desconto por dias parados pode chegar a fantásticos 10 Reais. 10 Reais cobrem o transtorno causado pela parada do sistema? Acho que desconto pelos dias parados não é a solução, mas sim não cobrar a mensalidade inteira, já que o valor do prejuízo não pode ser medido. É uma questão de bom senso.