A previsão não é minha, mas da Classé (fabricante de amplificadores, processadores e DVD players) e da B&W, que vem a ser dona da Classé: a vida útil do formato Blu-ray não deve passar dos cinco anos. Por volta de 2013 estaremos na era da digitalização completa e do acesso virtual a todo tipo de conteúdo. “Claro, não dá para precisar uma data, mas não temos dúvida de que o Blu-ray é o último formato físico de distribuição de áudio e vídeo. O futuro é dos downloads”, resumiu nesta manhã Stephen Baker, gerente de treinamento da B&W, em apresentação sobre a Classé ao grupo de revendedores brasileiros convidados da Som Maior, em Worthing, sul da Inglaterra, sede da empresa.

Bem, a previsão não chega a ser propriamente novidade. Em maio, entrevistei em Joinville o vice-presidente da Classé, David Nauber (veja aqui a entrevista), e ele me garantiu que tão cedo não seria lançado um Blu-ray player high-end. Agora, Baker reafirma que a empresa (assim como suas concorrentes do setor) não vê sentido em investir numa tecnologia que tem os dias contados. As demonstrações que vimos ontem e hoje aqui na sede da B&W comprovam que com um bom DVD player é possível extrair material de altíssima qualidade, particularmente no quesito áudio.

Como, então, convencer o consumidor a pagar tão mais caro por um Blu-ray player? Baker ainda nos lembrou de um outro ponto interessante: nem mesmo os estúdios de Hollywood estão fazendo muita força para o Bluy-ray pegar. “Eles não conseguem enxergar uma forma de ganhar dinheiro com isso. Produzir Blu-ray custa caro, e há poucas pessoas dispostas a pagar”.

Como vêem, a situação dos defensores do Blu-ray vai ficando complicada. A guerra contra o HD-DVD acabou, mas a conquista do mercado está longe de um bom desfecho. Na verdade, Marantz e Denon já lançaram seus players Blu-ray, mas o pessoal do high-end não costuma considerar essas marcas entre seus pares. “Nos EUA, um fabricante lançou um Bluy-ray player de US$ 40 mil”, nos contou Baker. “Isso mesmo: 40 mil dólares por um player. Compramos um para testar, abrimos e constatamos que é igualzinho aos milhares que você encontra por aí, pagando 200 ou 300 dólares. Não vamos tomar esse tipo de postura. Só fabricaremos se pudermos, de fato, oferecer alta performance. Por enquanto, isso não é possível”.

Em tempo: Baker se recusou a dar o nome do tal fabricante. Vou dar uma pesquisada. Mas, falando em Marantz, uma correção: escrevi aqui recentemente que a empresa foi a primeira a lançar Blu-ray high-end no Brasil, mas a Denon já comercializa dois modelos desde fevereiro. Se são ou não high-end, é outra discussão. Mas ambas as marcas já estão disponíveis para o consumidor brasileiro.

5 thoughts on “Blu-ray: cinco anos de vida

  1. Não acredito muito nessa previsão. O Blu-Ray tem grandes chances de emplacar, basta os fabricantes arranjarem um jeito de baratear os custos para que possa chegar mais em conta ao consumidor. E os discos tem que baixar muito também. Baixar conteúdos de alta definição requer uma conexão na casa dos Mbps e é uma realidade um pouco longe aqui do Brasil para a maioria. Sem falar na praticidade e segurança, é mais fácil ir aqui na locadora perto e alugar um Blu-Ray do que esperar horas o download de um filme e ainda por cima ter que confiar na fonte de download. Claro que aí não se gasta quase nada. E será que a qualidade de imagem do download vai ser igual à um Blu-Ray. Não vejo hoje filmes na internet com qualidade de DVD, o máximo em termos de imagem que vejo é AVI, e o RMVB é bem inferior do que o vídeo cassete.

  2. Concordo com a opinião anterior.Os custos devem baixar para o Blu-Ray pegar.Pena que a sony seja teimosa e não faz esforço para isto.O Sacd está aí para provar isto.ALguém ja disse um dia, que toda energia do planeta seria de origem nuclear o que não se verifica

  3. após 5 anos de uso, o meu blu-ray player BDP3100 da Philips, está congelando a imagem. a troca dos canhões, é possível e o preço do serviço, vale a pena, ou é melhor comprar um novo?

  4. Melhor comprar outro, Francisco. Também tive esse problema: a Philips não tem peças de reposição no Brasil. Abs. orlando

  5. Melhor comprar outro, Francisco. Também já tive esse problema. A Philips não tem peças de reposição no Brasil. Abs. Orlando

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