A IFA só abre oficialmente hoje (6a), mas para nós começou ontem. Uma série de apresentações dos principais expositores ocupou praticamente o dia inteiro. Com a correria, acabei não conseguindo atualizar o blog ontem. Apesar da cabeça tumultuada com o excesso de informações e o sono inconstante, vou tentar aqui resumir o que vimos neste primeiro dia.
Antes, um comentário que pode ser útil a quem pensa vir à IFA no ano que vem: dos que conheço, este é o evento mais difícil de se visitar. A sinalização é complicadíssima, as apresentações acontecem em lugares muito distantes um do outro, e as distâncias são enormes. Outro problema – este, porém, culpa dos expositores – é a insistência em discursos que repetem as mesmas coisas. Assisti ontem a seis apresentações, e em todas ouvimos expressões como “nosso produto tem a melhor qualidade”, “estamos preocupados com o bem-estar do consumidor”, “este lançamento define a nova tendência da tecnologia” e por aí vai.
Claro, os discursos são preparados por assessores e os executivos simplesmente os lêem em monitores discretamente instalados no alto da sala (como na foto abaixo). Mas para quê repetir tudo isso, ano após ano? Alguma empresa por acaso diz que seu produto “não tem a melhor qualidade”? Que tal poupar o tempo de todo mundo e ir direto ao assunto?
Talvez seja pedir demais. Na verdade, as empresas fazem isso porque sabem que a mídia gosta desse tipo de coisa. As apresentações de ontem na IFA tinham na platéia 200 ou 300 jornalistas de vários países, e horas depois já era possível ler na internet frases como aquelas que mencionei, ditas pelos executivos. E assim o mundo gira. A internet se encarrega de replicar a falta de assunto.
É por isso que a Apple continua dando show de marketing e criatividade. Em seus eventos, ninguém fica enrolando e todo mundo sai aplaudindo os produtos. Bem, mas para isso é preciso ter – mesmo – o que mostrar.