Viajando de ônibus entre Chiba, onde fica a CEATEC, Tóquio e Kawazaki, onde fui visitar a Fujitsu, deu para ter uma boa idéia de como são as grandes cidades japonesas, pelo menos no aspecto aruitetônico. Se você, como eu que moro em São Paulo, se queixa da existência daquele mastodonte chamado Minhocão (o elevado que trafega entre os prédios, irritando quem mora ou trabalha ali e não pode sequer abrir sua janela um minuto), iria se assustar ao passear aqui.

Tóquio é uma São Paulo mais apertada – essa seria uma boa definição. Aqui vivem mais de 20 milhões de pessoas (é a maior aglomeração urbana do mundo), só que numa área que deve ser equivalente a um terço da capital paulista. Por isso, cada centímetro é sagrado e precisa ser muito bem aproveitado. Vi até agora pouquíssimas casas, somente edifícios. Não muito altos, é verdade, aqui eles têm uma lei para limitar a construção de arranha-céus. Mas são prédios colados uns nos outros. E com viadutos passando ao lado por quase toda a cidade.

Sim, é uma triste paisagem urbana. Imagino como deve ser difícil (até claustrofóbico) viver numa cidade assim. Mas há uma importante diferença em relação às grandes cidades brasileiras: não existe degradação, os prédios estão todos muito bem conservados e a limpeza é um primor. Não vi até agora nenhum saco de lixo na rua, em sete dias de viagem. Há, sim, muitos varais cheios de roupas nas janelas dos apartamentos, disputando espaço com antenas parabólicas, pois devido justamente a essa falta de espaço o sinal de TV aberta tem sérios problemas para se propagar.

Outra diferença significativa para o minhocão paulistano é que não há mendigos dormindo em baixo! E em vários pontos eles colocam painéis acústicos nas laterais da pista, para ajudar a diminuir a poluição sonora nos prédios. Não sei se funciona, mas pelo menos é uma amostra do respeito que o poder público tem pelas pessoas. Quase igual ao Brasil, não?

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