Interessante matéria saiu neste fim de semana no site da Reuters. O correspondente da agência no Brasil descreve o comportamento dos brasileiros em relação à crise, comparando-o com as reações de outros povos. Não escapa nem o velho jargão do “país do carnaval, do samba e do futebol”.

Deve ser assim que os estrangeiros estão nos vendo, neste momento em que o mundo quase todo entra em depressão. “Crise? Que crise”? disse o presidente Lula, segundo o repórter, apesar do aumento do desemprego. Depois de percorrer shopping-centers e se surpreender com o movimento, ele ouviu gente da rua e especialistas, para chegar a três explicações diferentes para esse eterno otimismo:

1) Causas naturais: o brasileiro parte do princípio de que “o futuro a Deus pertence”. Então, o negócio é relaxar.

2) Estamos menos expostos à crise global, porque nosso nível de comércio internacional é ínfimo: somente 22% do PIB, metade do México, por exemplo.

3) A força do hábito: estamos tão habituados às crises que elas nem nos impressionam mais. Nossa tendência é fingir que elas nem existem.

Pessoalmente, me inclino a acreditar mais nesta última hipótese. É mais ou menos como aquelas pessoas que moram numa casa no morro sabendo que ela pode cair a qualquer momento. Mas se recusam a sair de lá. Tendo novela, futebol e carnaval, o resto a gente vai levando.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

1 thought on “Eternamente otimistas

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