Estudo divulgado na semana passada pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos, leia-se: as gravadoras) diz que em 2008 aumentou quase 80% a receita originária da venda de músicas pelo celular. E que 78% da receita com música digital já vem das telefônicas. Ao contrário de outros países, onde a indústria fonográfica ainda consegue fazer dinheiro vendendo música pela internet, no Brasil não há a menor expectativa em relação a isso. As próprias gravadoras admitem que o celular pode ser a salvação do mercado, mesmo tendo que dividir o bolo com as operadoras.

O mais interessante dessa pesquisa é que a venda de discos (CDs e DVDs) não caiu; segundo a ABPD, aumentou 4,9% em 2008, na comparação com 2007. Quer dizer, ainda tem gente comprando, principalmente música brasileira (74,5%). As gravadoras agradecem aos diversos padres cantores e duplas de música brega, já que pelo visto nem mesmo Roberto Carlos está escapando da crise. O relatório lista CDs e DVDs mais vendidos, mas não diz quais são os hits do celular. 

Se o Brasil seguir a tendência internacional, pode crescer a demanda por música ligada aos videogames, na esteira do sucesso dos super-heróis e de games como Guitar Hero. Resta saber como a pirataria irá tratar desses produtos. Hoje, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), 95% dos downloads no mundo é ilegal. No Brasil, deve ser mais.

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