Foi providencial a intervenção do presidente Lula em favor da TV Cultura (SP): o Ministério das Comunicações teve que voltar atrás na decisão de proibir a multiprogramação, lançada pela Cultura em abril. Sabe-se lá por que motivos, Lula chamou o ministro Helio Costa e colocou as coisas no seu devido lugar. Proibir por quê? Era o que todos os especialistas se perguntavam. Bem, agora a emissora paulista pode recolocar no ar seus canais voltados à Universidade e a programas culturais, além de outros que sua equipe está planejando.

Infelizmente, parece que a Cultura será a única a apostar no conceito de multiprogramação, que é incompatível com a alta definição. Uma emissora que decidir transmitir em HD irá ocupar quase toda a sua faixa de freqüência, não sobrando espaço para mais nada. A mesma faixa pode ser ocupada por até seis canais em padrão standard, cada um transmitindo uma programação diferente. Claro, custa mais caro para a emissora e a audiência é fatiada, o que financeiramente pode ser um mau negócio. Mas as TVs públicas e/ou culturais existem exatamente para isso, e não para brigar por audiência. O problema é ter competência e criatividade para colocar no ar conteúdos que sejam úteis a quem assiste.

Pensando bem, acho que mesmo as TVs comerciais poderiam se valer da multiprogramação. Como se vê na TV paga, há espaço para canais segmentados em gêneros como esportes, jornalismo, ciência, programas infantis e por aí vai. É triste – para dizer o mínimo – ver emissoras que dão traço de audiência e mesmo assim continuam exibindo lixo eletrônico.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *