Amigos audiófilos ficaram empolgados com o teste publicado hoje pela Folha de S.Paulo, comparando vinil e CD. O jornal reuniu três especialistas – um músico, um crítico e um engenheiro de áudio – para um teste cego com músicas gravadas nos dois formatos. São gravações antigas, agora reeditadas pela Sony Music, que decidiu apostar no vinil – uma aposta meio esquisita, considerando que cada disco é vendido a 90 reais!!!

Os três chegaram à conclusão de que as gravações em vinil são melhores. Isso prova alguma coisa? Acho que não. Sempre se soube que o som analógico é melhor do que o digital, pelo simples fato de que sofre menos compressão – ao contrário do que muitos pensam, o vinil também contém compressão, mas não tanta quanto no CD, e evidentemente muito menos do que em MP3.

Já se sabe também que há um revival mundial do vinil, puxado pelo desgaste do CD. Antes que alguém se ofenda, explico: não o desgaste do disco em si, mas do conceito de álbum em CD. Com toda a tecnologia atual, a indústria fonográfica conseguiu eliminar o que era o maior charme do CD: a possibilidade de se guardar para sempre gravações históricas (ou afetivamente importantes para o ouvinte) que no vinil se perdiam com o passar dos anos. A quantidade de CDs ruins nos últimos anos não tem precedentes na História da música. O mesmo vale para as capas, já que nenhum artista gráfico que se preze aceita espremer seu trabalho naquela caixinha. E, pior, a maioria dos CDs – onde tecnicamente cabem 75 minutos de música – contém no máximo 40 minutos.

Com tudo isso, o consumidor – além de sentir-se lesado – só compra mesmo aquilo que não consegue encontrar por outros meios. Não é à tôa que o maior vendedor de CDs no Brasil hoje é o Padre Fabio! OK, OK, é preciso reconhecer que nos EUA, Inglaterra e outros países importantes em termos de música o panorama não é lá muito diferente.

Quanto ao vinil, calma, pessoal. Quem tem discos originais em bom estado deve, claro, cuidar muito bem deles, ainda mais se forem importados. Não troco meus Led Zeppelin, Miles Davis e Billie Holiday em vinil por nenhum CD. Mas também existe muito lixo em vinil, especialmente os nacionais dos anos 80/90, quando o formato começou a ser abandonado. Enfim, os bons tempos do vinil… esses não voltam mais.

2 thoughts on “O teste do vinil

  1. Desde que comecei a vender Toca discos Clearaudio e Pro-ject em minha loja, as vendas aumentaram bastante, inclusive de caixas de som e amplificadores, pois os amantes do vinil, além de investirem em players, acabam investindo também na eletrônica e caixas.

  2. Olá, Orlando!

    Apenas dois reparos:
    1) Ao contrários dos CDs gravados em MP3, o áudio contido nos CDs “normais” não é comprimido. O que é feito via de regra é a limitação de sua faixa dinâmica – a diferença de nível entre as passagens mais baixas e as mais altas contidas na gravação.
    Isso só não acontence nos CDs produzidos por gravadoras como a Telarc e outras voltadas para o mercado audiófilo.
    2)Resta saber em detalhes como foi feita essa comparação. Até mesmo os mais empedernidos amantes do vinil já reconhecem que existem hoje DVD players hi-end que praticamente já resolveram os problemas antes associados ao som digital. Além disso, quem fabrica hoje discos de vinil tem uma preocupação com sua qualidade de áudio que está longe de ser compartilhada pelos produtores da maioria dos CDs que você encontra hoje. Por isso, na hora de fazer comparações entre os dois formatos, isso tudo precisa ser levado wem consideração.

    Um abraço

    João Carlos Jansen Wambier

    P.S.: Parabéns pelo seu blog! Ele está muito bom, mesmo.

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