O ranking dos TVs grandes

O UOL Tecnologia fez interessante levantamento sobre os TVs mais caros à venda no Brasil. Embora tenha esquecido da Bang & Olufsen, marca mais cara do mundo, que já comentei aqui, o ranking ajuda a entender um pouco como essa questão de preço é ilusória. O modelo mais caro só poderia ser o plasma Panasonic de 103 polegadas (foto) – até porque é a tela de maior tamanho encontrada no País. Tem preço sugerido de R$ 229.000 e mede 2m40 de largura por 1m80 de altura. Não cabe em qualquer sala.

Os outros nove do ranking são: plasma Panasonic 65″ – R$ 32.000; LCD Sharp 65″ – R$ 26.999; LED Samsung 55″ 240Hz – R$ 15.999; LED Samsung 55″ 120Hz – R$ 11.999; plasma Samsung 58″ – R$ 11.499; plasma Panasonic 58″ – R$ 10.999; plasma LG Time Machine 60″ – R$ 10.999; LCD Sony XBR 52″ 240Hz – R$ 10.499; LCD Sony 52″ 120Hz – R$ 9.099.

Antes que os leitores comecem a fazer suas contas, lembro que esses são os preços “sugeridos” pelos fabricantes. Uma boa pesquisa com certeza irá levar a valores mais baixos. Mas vejam como os números são relativos, ou melhor, dependem da política de cada fabricante. O plasma Panasonic de 58″ – que é de uma geração mais nova – custa R$ 20 mil a menos que o modelo de 65″, da mesma marca; o LED Samsung de 120Hz sai por R$ 4 mil a menos que o de 240Hz. E por aí vai.  Cabe então a pergunta: quantas pessoas pagariam 25 ou 30 mil reais por um televisor? Muito poucas? Nem tanto. A Samsung diz que esgotou os estoques de LED em poucas semanas.

E quantas percebem a diferença, digamos, entre 120 e 240Hz? Me faz lembrar quando, há uns três anos, a LG trouxe para o Brasil o plasma de 71″, que na época tinha preço sugerido de R$ 300.000 (isso mesmo: trezentos mil reais). Colocaram de amostra numa loja o único exemplar que tinha chegado até então, e venderam no primeiro dia. Segundo me contaram, o cliente entrou na loja procurando “o maior TV que existia”. Quando lhe apontaram aquele, não teve dúvidas: fez o cheque na hora. E mais: não tinha home theater nem DVD em casa!

São coisas deste país de contrastes. Aliás, lendo o ranking do UOL, lembrei de uma história engraçada sobre um dos primeiros TVs de tela grande que chegou ao Brasil, ainda na década passada. Era um retroprojetor Sony de 55″, que pesava 190kg! Um leitor comprou e depois contou o trabalho que deu para enfiar o bichinho em seu apartamento. Claro, não cabia no elevador. Tiveram que amarrá-lo (o TV, não o leitor) e subir pelo lado de fora do prédio, até o quinto andar, puxado por dez pessoas (cinco para levantá-lo do chão e outras cinco para segurá-lo lá em cima). Infelizmente, ninguém filmou a cena (ainda bem que não era na cobertura do prédio). Depois disso, sempre que alguém que mora em apartamento me pergunta se deve comprar um TV grande, respondo: qual é o tamanho do seu elevador?

A propósito, este artigo explica em detalhes por que alguns TVs são mais caros do que outros.