Enquanto as notícias não param de circular sobre o sucesso dos leitores eletrônicos, particularmente o Kindle, da Amazon, que já comentei aqui, algumas empresas mostram que enxergam bem à frente. É o caso da Intel, que ontem começou a distribuir no mercado americano uma versão absolutamente inovadora desse produto. O Intel Reader tem a incrível capacidade de transformar documentos escritos em som, de modo que até mesmo uma pessoa cega pode utilizá-lo.
Segundo o site EE Times, a idéia surgiu nos anos 70 (isso mesmo, faz tempo…) da cabeça de um garoto chamado Ben Foss, que sofria de dislexia. Aos oito anos, sua família descobriu que o menino não conseguia entender o que lia e, por isso, estava tendo problemas na escola. Ben então pediu aos pais que procurassem por algum aparelho no qual, em vez de ler os textos, ele pudesse ouvi-los!
Agora, 36 anos depois, Ben Foss pode agradecer a Deus. A ser verdadeira sua história, é realmente de arrepiar. Ele hoje dirige o grupo de Saúde Digital da Intel, onde foi encarregado de coordenar o projeto do Reader. Com um sorriso maior que a boca (foto), ele teve o privilégio de apresentar o produto à imprensa, em San Jose, Califórnia. O produto que ele havia sonhado quando criança.
“Registrei as primeiras patentes dessa tecnologia e tive a sorte de participar de todo o projeto”, contou Foss. “Quando eu era criança, minha tecnologia era minha mãe… Era ela que lia os livros da escola para mim. Depois, na faculdade, eu tinha vergonha de contar meu problema aos colegas. Então, mandava vários faxes por dia, da escola para casa, e esperava que minha mãe os lesse para mim pelo telefone”.
Que história!
Dentro da Intel, o projeto começou há cinco anos. Hoje, diz Foss, existem nada menos do que 55 milhões de americanos com dislexia (quantos haverá no Brasil?) e, portanto, há um enorme mercado para o Reader (esta é a patente de Foss). O aparelho tem memória de 4GB, suficiente para armazenar e “traduzir” em áudio cerca de 500 mil páginas de texto. Vem também com uma câmera de 5 megapixels: você pode fotografar o texto, que o aparelho fará a conversão para áudio. O preço é que não é nada agradável: 1.499 dólares. Mais detalhes neste link.
Mas, supondo que seja a única forma de fazer seu filho conseguir ler, tenho certeza que é até barato, não?
Caro Orlando,
O aparelho da Intel é fantástico e provavelmente fará muito sucesso entre as pessoas com deficiências. Porém, a título de informação, lembro que o Kindle e o Nook também tem o recurso de “text-to-speech”, ou seja, “lêem” os textos armazenados. No caso do Kindle, é possível escolher entre vozes masculina e feminina e, ainda, a velocidade da leitura.
Abs
Julio Cohen
Obrigado Julio, pelo esclarecimento. Não sabia desse detalhe. Abs. Orlando