O mercado foi surpreendido nesta manhã pela notícia da venda da Casas Bahia ao Grupo Pão de Açúcar. Confesso que não esperava tanta ousadia por parte de Abilio Diniz e seus sócios, os franceses da rede Casino. Ainda outro dia, conversando com amigos, comentávamos que era inevitável a venda da Bahia, que nos últimos anos deixou de ser uma simples rede de lojas para transformar-se numa das maiores financeiras do País, tamanha a agressividade de sua política de preços.

O afastamento do fundador, Samuel Klein, já aposentado, e as constantes divergências entre seus filhos (Saul retirou-se da sociedade em julho), aliados a um certo “cansaço” percebido em algumas declarações de Michael, o atual condutor do negócio, eram fortes indicadores. Mas as apostas balançavam entre Walmart, Carrefour e algum grupo de investimentos, como o GP, que anos atrás entrou forte no varejo ao adquirir em seqüência a Lojas Americanas, a Blockbuster e o Submarino (além de ser controlador da Ambev, hoje o maior fabricante de bebidas do mundo). Poucos imaginavam que o Pão de Açúcar, recém-saído da aquisição da Globex (Ponto Frio), negócio de quase R$ 1 bilhão, e da incorporação da rede Assaí (mais R$ 175 milhões), tivesse fôlego e disposição para encarar mais essa. Vamos aguardar os detalhes que devem surgir nos próximos dias.

De cara, o que se pode deduzir é que entra em cena a maior ponto.com do Brasil. A Casas Bahia acaba de lançar sua loja virtual, que assusta os concorrentes, e que agora deve se fundir com o e-commerce da Ponto Frio. Mais do que nunca, a briga no comércio de eletrônicos deve se dar no campo digital. É bom lembrar que Submarino, Americanas e FastShop também são fortíssimos nessa área. Vai ser uma disputa interessante.

1 thought on “O maior negócio da década

  1. Orlando, o único risco que corremos é a possibilidade de criação de oligopólio. Não gosto muito quando vejo notícias do tipo “maiores engolindo menores”. No fim das contas, serão três ou quatro gigantes no mercado impondo unilateralmente suas condições. Preferiria que o poder ficasse difuso, repartido entre várias empresas. Dessa forma, o consumidor sente-se, cada vez mais, como aquela história do elefante e a formiga. Abraço.

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