Banda larga: vale a pena debater

Sei que pouca gente assiste aos canais de televisão estatais (TV Câmara, TV Senado, TV Justiça etc.), mas de vez em quando é bom dar uma olhada. Nesta quinta-feira, por exemplo, a partir das 9h30, poderemos assistir pela TV Câmara um debate interessante sobre banda larga. Pela quantidade de comentários postados aqui sobre o assunto, acho que deve interessar a todo mundo – até porque muitos falam e escrevem sem conhecimento, e isso acaba confundindo mais ainda as coisas.

O debate foi convocado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, que entrou na discussão sobre o Plano Nacional de Banda Larga proposto pelo governo. A deputada Luisa Erundida, integrante da Comissão, é uma das que mais levantam questionamentos sobre o PNBL. Na semana passada, já foram ouvidos representantes do Ministério do Planejamento e das operadoras; agora, estão sendo chamados representantes da Abranet (Associação Brasileira de Internet), que reúne os provedores; da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas, que representa pequenas operadoras regionais; e da Associação Nacional para Inclusão Digital. Eles irão debater com pessoas do Ministério das Comunicações, cujo projeto de banda larga foi simplesmente engavetado pelo presidente Lula (o ex-ministro Helio Costa perfilou-se ao lado das grandes operadoras). Foram convidados também o coordenador do Programa de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez, que aparentemente é o principal consultor do presidente para assuntos de tecnologia, e o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg.

Se todos puderem (e quiserem) falar o que pensam, vai ser uma discussão interessante e esclarecedora. Se for mesmo intenção do atual governo aprovar por decreto o PNBL, como se comenta, vai valer muito a participação da sociedade nessa discussão. A toda hora vemos episódios que revelam a força das novas mídias, certo? Pois agora é o momento de usar essa força em benefício dos usuários de banda larga. Vamos todos adotar os blogs, microblogs, redes sociais etc. para influenciar nessa decisão, que pode significar muito para nós, contribuintes, e para nossos filhos e netos. Não é preciso perder a compostura nem ofender ninguém, basta exercer nosso direito de crítica (ou elogio, quando for o caso).

Só um detalhe: para fazer tudo isso, é preciso estar bem informado (vejam, aqui mesmo neste blog, os inúmeros comentários sobre “banda larga”). O debate de quinta-feira é uma ótima oportunidade.