Sony e Toshiba, dois dos maiores fabricantes mundiais de painéis de cristal líquido, anunciaram na semana passada a venda de fábricas na Europa e na Ásia. Esse tipo de notícia, que sai praticamente todos os dias, passaria em branco não fossem os comentários que se seguiram, especulando sobre as reais intenções das duas gigantes.

Segundo o prestigioso jornal inglês Financial Times, os compradores são empresas de Taiwan. A Sony negociou a fábrica que tinha na Eslováquia, sob o nome de Nitra, com a taiwanesa Hon Hai; a Toshiba fez o mesmo com sua unidade em Cingapura, vendida à AU Optronics; e a Sony ainda discute a possível venda de uma fábrica localizada em Yazu, Japão, para a concorrente japonesa Kyocera.

“Nossa prioridade é cortar custos”, diz o presidente da Sony, Howard Stringer. O detalhe é que, anos atrás, as indústrias japonesas saíram de seu país em busca de locais onde a mão-de-obra fosse mais barata. A fábrica de TVs da Nitra, considerada uma das mais modernas do mundo, produz 4 milhões de aparelhos por ano, o que equivale a cerca de 25% do que a Sony prevê vender em 2010. Desde dezembro de 2008, quando iniciou sua reestruturação, a empresa já fechou ou vendeu 15 de suas 57 unidades de produção.

Mas nem toda a história está devidamente explicada. No ano passado, a mesma fábrica de Yazu que agora está sendo vendida à Kyocera havia sido comprada à Seiko Epson. Também em 2009, a empresa vendeu à Hon Hai uma unidade no México, montada para ficar bem perto do maior mercado consumidor do mundo (os EUA).

O que tudo isso significa? Que os chineses estão chegando… Agora, têm mais um pé na Europa (Eslováquia) e outro na América do Norte (México). Suas pernas estão se multiplicando.

Para entender melhor esses movimentos, vale a pena ler estes artigos:

Uma indústria em processo de transição
O futuro da inovação está na Ásia
“A Sony precisa se reinventar”
Terceirização pode salvar a Sony?
Indústrias japonesas: ex-rivais, agora aliadas

1 thought on “Para onde vai o mercado de LCDs

  1. Como diz um amigo, terceirize e deixe para os outros a tarefa de empregar gente ganhando uma miséria, a sonegação, as condições de trabalho deploráveis, etc…

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