Saiu o último relatório Telebrasil, o mais completo do setor de telecom. E deu TV na cabeça: enquanto o segmento de telefonia móvel cresceu 16,6% entre março de 2009 e março de 2010, o TV paga aumentou 20,6%, somando 7,89 milhões de assinantes. Informalmente, sabe-se que esse número já foi superado no segundo trimestre do ano – deve estar na casa de 8,2 milhões. O levantamento “Desempenho do Setor de Telecomunicações no Brasil”, feito tradicionalmente pela consultoria Teleco, mostra que, em números absolutos, o item que mais contribui para o crescimento do setor continua sendo o de celulares. O Brasil já tem 179,1 milhões de aparelhos, uma expansão de 5,2 milhões sobre 2009.
Mas o segmento de TV paga é o que mais cresce, proporcionalmente, puxado sem dúvida pelos pacotes que incluem banda larga. Considerando apenas as assinaturas de internet rápida, já existem 11,8 milhões de usuários. E, se formos incluir na conta a banda larga móvel, o número sobe para 23 milhões. Enquanto isso, a telefonia fixa não cresce mais: praticamente estacionou nos 40 milhões de pontos, com tendência para baixo. Imaginem o que aconteceria se as conexões 3G funcionassem bem? Todo mundo iria partir para a banda larga móvel, como acontece, por exemplo, na China.
Por fim, o relatório da Telebrasil destaca o ponto crítico de tudo isso: a absurda carga tributária que pagamos – todos nós, usuários – sobre os serviços de telecom em geral (e aí incluo a TV paga). Somando os impostos recolhidos por todas as empresas do setor no período, chega-se a R$ 10,5 bilhões, o que significa simplesmente 43% de toda a receita operacional das empresas, grandes e pequenas!!! “É a maior carga tributária do mundo (mais que o dobro do segundo colocado)”, diz o texto.
Precisa dizer mais alguma coisa sobre o custo das conexões no Brasil?
Isso é uma barbárie.