Depois de oito anos de governo, e a três semanas de deixar o cargo, o presidente Lula decidiu colocar as operadoras de telecom contra a parede. Não se sabe se ele estava sóbrio ou não (nunca se sabe…), mas o fato é que convocou às pressas uma reunião na última quarta-feira para dizer a ministros e assessores que não vai negociar com as teles, a menos que elas retirem as ações que têm na Justiça contra o governo. Não são poucas: há processos abertos contra a Anatel (por decisões que desrespeitam as regras previamente fixadas para o setor), a Telebrás (que alguns consideram impossibilitada, pela letra da Constituição, de cuidar do Plano Nacional de Banda Larga) e a própria União (por permitir essa bagunça toda).

Sem querer assumir a defesa das teles, que vêm cometendo inúmeras falhas na prestação de serviço, me parece no mínimo estranho que Lula queira, a esta altura, dar puxões de orelha em quem quer que seja, em matéria de telecom. É fato que está em jogo uma montanha de dinheiro. O novo plano de metas para o setor estipula regras que, se tiverem mesmo de ser cumpridas, são uma ameaça até à saúde financeira das empresas. E o PNBL, se for tocado apenas pela Telebrás, tem tudo para se tornar um grande fiasco – não há dinheiro nem competência técnica disponíveis no governo para um projeto dessa magnitude.

Mas Lula, ora, está para sair do governo – pelo menos diz isso. A presidente Dilma já nomeou Paulo Bernardo para o Ministério das Comunicações, o que significa que pretende tirar essa pasta do fundo de poço em que foi jogada desde a nomeação de Helio Costa. São eles – Dilma e Bernardo – quem devem agora ter a palavra. Lula não cuidou disso em oito anos; não tem o direito (nem a capacidade) de fazê-lo em 20 dias.

Para quem quiser entender um pouco melhor essa discussão, recomendo esta excelente reportagem de Mariana Mazza, do site Tela Viva.

4 thoughts on “Lula e a bronca nas teles

  1. A informação da reportagem é válida, só não entendo a razão de tanto ranço politico.

  2. Caro Orlando, Boa Noite
    Bem, como sabemos, isso se estende desde a concessão no tempo do FHC, pois se tivesse cobrado o que foi estipulado, em levar telefonia e internet de verdade, pois como eles ( as teles )m tiveram tempo o suficiente para ajustar o novo merrcado, o governo devia desde aquela época ter colocado regras mais duras, mas foi-se quase 8 anos de fhc e nada foi feito, pra variar.
    No governo Lula, já devia ter sido mais enérgico com as teles, pois cada uma podia ter feito investimentos com recursos proprios, e , com os impostos tivessem sido mais baixos, as teles, com recursos proprios e incentivos de impostos, deviam ter coberto com fibras as cidades mais populosas, e as mais istantes com Wimax, mas como sempre, 1 os interesse do governo e das empresas, depois, bem depois a população.
    Mas foi mais 8 anos, e o governo só agora vem lançar o plano, ressucitar a telebrás, coisa que ja devia ter feito muito antes, pois se tivesse dado incentivos fiscais, cobrado esses incentivos com competencia, hj teriamos uma infraestrutura preparada das teles,e com as fibras do governo, estariamos prontos para um salto gigantesco em relação a internet.
    Mas , quem disse , no caso da telefonica ela quer perder a taxa de R$ 50,00 sem prestar serviço, sem uso, pro voip, uma tendencia irreversível.
    Mas como tudo, aqui, nesse País maravilhoso, com tudo que tem, continuamos ainda como povo e País a ser explorado, assim como foi a 500 anos.

  3. A solução pra isso é só fechar o ralo do dinheiro público via BNDES para as teles, e mandar elas ir buscar dinheiro no mercado. Queria ver estas empresas porcamente administradas que vivem de desvio de recursos e pires na mão cantar de galo. E além do mais precisamos implodir esse monopólio, só o governo vê concorrência nesse mercado. O problema do Brasil, é que tem espertos demais e cidadãos de menos.

  4. Quanto preconceito!!!
    Só faltou mais um dizendo que o homem é analfabeto.

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