Duas operadoras (Net e Sky) estão lançando no Brasil o serviço video-on-demand (VoD), comum na Europa e EUA há pelo menos 15 anos. Boa notícia para os assinantes, que ganham mais um serviço. “Vídeo sob demanda” é como se costuma chamar a oferta de filmes, shows e conteúdos especiais de acordo com a vontade do usuário. Este paga um determinado valor para escolher dia e horário em que irá assistir àquele programa. Essa foi a base do serviço TiVo, grande sucesso entre os americanos desde quando foi lançado, em 1999.

A ideia das operadoras é oferecer sempre uma certa quantidade de filmes que acabaram de ser exibidos nos cinemas, além de shows e eventos exclusivos; o assinante vai pagar um valor para assistir em SD (480p, a mesma definição do DVD) e áudio estéreo; e outro, mais alto, pela versão do filme em HD (1080i) com áudio 5.1 canais. Filmes mais recentes custarão mais caro (a Net promete também um cardápio de atrações grátis). Em São Paulo, onde o serviço da Net já foi inaugurado, o VoD só está disponível para assinantes HD, cujo receptor é mais avançado. A operadora acredita que a novidade irá não apenas atrair novos assinantes, mas também estimular a migração, do decoder convencional para o serviço HD.

No ritmo de crescimento atual da TV por assinatura no Brasil, é provável mesmo que o VoD seja um sucesso. Já são quase 11 milhões de domicílios atendidos, dividindo-se entre TV a cabo (55% do total) e via satélite, sendo que esta última vem crescendo muito mais rapidamente, em particular nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde as redes de cabo ainda não chegam. Portanto, crescer não é mais um problema para as operadoras. A questão agora passa a ser fidelizar o assinante.

Ainda recebemos muitas queixas de leitores quanto a atendimento e estabilidade do sinal – embora menos do que, digamos, há cerca de dois anos. É fato que tanto Sky quanto Net vêm fazendo grandes investimentos em infraestrutura, mesmo porque não querem dar espaço ao crescimento de concorrentes que estão despontando, como Embratel, Oi e GVT. Há também uma crítica recorrente à quantidade de anúncios inseridos nos intervalos – cada vez mais longos – dos filmes. Particularmente, me irrita a disparidade dos sinais entre dois canais de uma mesma operadora e até da mesma programadora (ESPN e ESPN Brasil, por exemplo, são absurdamente diferentes, até mesmo no volume de áudio), algo que a operadora deveria ter a capacidade de corrigir ao enviar o sinal para a casa do assinante.

Nada disso, no entanto, anula a realidade de que, finalmente, o telespectador brasileiro está ganhando opções interessantes à péssima TV aberta (não vou entrar aqui no mérito do custo da assinatura: como sabemos, tudo no Brasil é incrivelmente mais caro). Essas opções tendem a se ampliar nos próximos meses, e isso é ótimo. Todo assinante vai poder usar melhor a sua grande arma: o controle remoto.

4 thoughts on “Filmes, agora sob demanda

  1. Olá, Orlando!

    Fugindo um pouco do tema principal, queria dizer que fico constantemente irritado com a inclinação que nós brasileiros temos de usar palavras de outros idiomas, principalmente o inglês, quando temos um termo correspondente em português de uso normal. É um tal de “sale”, “30% off”, “bullying” e por aí afora. Essa tendência atinge seu ápice em reuniões de executivos, onde o uso do inglês é encarado como prova de domínio do assunto tratado.
    Por outro lado, quando resolvemos fazer o inverso, traduzir um termo ou expressão para o português, muitas vezes o fazemos literalmente, sem procurar uma forma alternativa mais simples e de uso geral.
    É o caso do “vídeo sob demanda”. Sei que essa expressão não foi criada por você, mas todos nós acabamos praticamente sendo obrigados a usá-la porque já está disseminada. O termo “demanda” tem mais o sentido de “procura” ou então de “ação judicial”. Não seria, portanto, mais correto e natural traduzir “video on demand” por “vídeo por encomenda”? Pois é. Só que fica bem mais fácil não pensar muito no assunto e “tascar” logo a primeira coisa que o idioma original nos sugere.

    Um abraço
    João Carlos

  2. Caro João, obrigado pela mensagem. Concordo com você. Estamos todos condicionados a “macaquear” o idioma inglês, como já comentei anteriormente. O jeito é tentarmos nos policiar. Abs. Orlando

  3. O serviço de video-on-demand é uma ideia muito boa e permite que o usuário escolha o que quer assistir e o horário mais conveniente. Só não concordo que esses serviços, oferecidos principalmente pela Sky e NET, fiquem condicionados a uma assinatura de tv por satélite. Hora, não faz o menor sentido, eu pagar uma assinatura, que não é barata, e todos sabem, receber uma programação que muitas vezes não temos tempo para assistir, e ainda pagar mais para receber o serviço VOD. É a famosa venda casada e que na realidade nada mudou; você continua preso, pagando uma TV por assinatura e se quiser o video-on-demand irá pagar mais ainda. Uma verdadeira desvantagem para o consumidor. Por que será que eles não oferecem o VOD de forma independente?? O lado positivo, é que a concorrência está acirrada e já começam a surgir outras empresas oferecendo o VOD, (Netflix é um exemplo) onde só se paga pelo VOD, não ficando amarrado a nenhum outro pacote.

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