Lembro que anos atrás, cobrindo a Infocomm, evento dedicado a equipamentos de áudio e vídeo profissionais, fiquei encantado com o que eles chamavam “Projector Shootout”. Num grande salão escuro, cada fabricante instalava e ajustava seu projetor nas primeiras horas da manhã, para demonstrar aos visitantes ao longo do dia. Os projetores eram posicionados lado a lado, cada um jogando imagens sobre uma tela. Todas as telas eram iguais, e todos os projetores recebiam sinal da mesma fonte (na época, ainda usavam-se DVD players ou videocassetes digitais, que eram as melhores fontes de vídeo disponíveis). O resultado era que, andando pelo salão escuro, o visitante podia observar as imagens de cada projetor e compará-las lado a lado. Tomava-se também o cuidado de não colocar próximos um do outro aparelhos de padrão muito diferente. Depois de 40 ou 50 minutos examinando todas as imagens, saía-se dali com uma boa ideia de quais eram os melhores.
Infelizmente, a pressão de alguns fabricantes fez com que a direção da Infocomm desistisse da ideia, e o famoso “shootout” (palavra que em inglês quer dizer “tiroteio”) deixou de ser realizado. Aqui no Brasil, já tentamos organizar algo do gênero, mas a resistência continua grande. Agora, vejo que o CNet, hoje o mais importante site sobre tecnologia do mundo, conseguiu algo parecido. Na verdade, publicaram os resultados do “HDTV Shootout” feito pela empresa Value Electronics, que foram divulgados no último fim de semana.
A Value é uma empresa da cidade de Scarsdale, estado de Nova York, revendedora de equipamentos de áudio e vídeo. Numa bela sacada de marketing, reuniu especialistas e clientes comuns para fazerem a avaliação lado a lado de seis modelos de TV, sendo três plasmas e três LED-LCDs. Depois de dois dias de demonstrações, os convidados votaram nos seus preferidos, seguindo quatro tópicos de análise: nível de preto, taxa de contraste, acuidade das cores e resolução de imagens em movimento. Entre os votantes, estavam técnicos de empresas como THX, a rede de televisão ABC, a Motion Picture Association (que representa os estúdios de cinema) e a NAB (entidade que reúne emissoras de produtoras de televisão). Os fabricantes (Sony, LG, Samsung, Sharp e Panasonic) também foram convidados, mas sem direito a voto. Ao final, calculada a média ponderada de todos os itens, saiu o resultado:
1 – Sharp Elite PRO-605FD, LED de 60″: média 8,92
2 – Panasonic TC-P65VT30, plasma de 65″: média 8,63
3 – Samsung PN59D8000, plasma de 59″: média 8,13
4 – Sony XBR-55HX929, LED de 55″: média 7,10
5 – Samsung UN60D8000, LED de 60″: média 6,85
6 – LG 60PZ950, plasma de 60″: média 5,67
Ou seja, contra todos os prognósticos, ganhou justamente um LED-LCD. Os principais motivos, segundo os organizadores, foram o excepcional nível de preto, que mereceu nota média de 9,72, e a não menos excepcional taxa de contraste, 9,61 (o máximo era 10). Neste link, há os detalhes da comparação – que obviamente não é oficializada por nenhuma das entidades envolvidas. Serve para mostrar como é complicada essa história de testes comparativos. Detalhe importante: a Sharp é hoje a marca de TVs mais vendida no Japão; dois anos atrás, a empresa comprou a divisão de displays da Pioneer, que então produzia os plasmas da linha Kudo, considerados os melhores do mundo na época (vi uma demo no Japão e realmente fiquei admirado). Talvez essa herança tenha ajudado a produzir um TV LED-LCD também de alto nível.
Pena que sua situação no Brasil seja tão confusa.
1º – Claramente o painel LED LCd deve ter sido beneficiado por seu menor tamanho em polegadas (60 contra 65 da Pana). Se é como você diz e antigamente os testes eram feitos com equipamentos de mesmo padrão (tamanho de tela, tipos de fontes e etc) o teste aí está todo errado de cara.
2º – A linha da Pionner era Kuro e não Kudo.
Olá Renato, obrigado por corrigir meu erro. Abs. Orlando
Interessante! Também pude checar os “shootouts” da Infocomm e eram realmente muito bem montados, tanto que passei mais de duas horas em um deles, avaliando os produtos expostos.
Sobre o comparativo atual, considero que muitos dos aspectos analisados não podem e não são, pura e simplesmente, medidos com instrumentos. A subjetividade e influência externa (que vai até a quantidade de tempo que os avaliadores usaram, a ordem das exibições, etc) podem influenciar e, aqui entre nós, a diferença percentual entre as notas do primeiro e segundo colocados são pequenos.
Acho que, pelo menos, podemos dizer que os três primeiros concorrentes do shootout são excelentes televisores e podem atender com eficiência os compradores, todos com performance parecida. Para isso o comparativo é muito bom, mas sempre fica a subjetividade natural das avaliações de áudio e vídeo no ar.
Abs
Julio
Surpreendente a definição das imagens em movimento da Elite,que perde por pouco para a Pana.Espantoso,ainda,os níveis de contraste e preto dessa tela Elite,nunca imaginei que uma LCD pudesse superar a melhor plasma nesses quesitos.Interessante notar que a LG perde com uma diferença muito grande em relação aos outros tvs,mesmo sua tecnologia sendo plasma.Gostei do teste.
A Sharp Elite está ali justamente como exceção a confirmar a regra ainda vigente: a melhor imagem ainda é a da tecnologia plasma, embora, há que se reconhecer, a tecnologia LCD, principalmente depois da retroiluminação por Leds, melhorou muito e vem avançando a passos largos. A diferença pró plasma já não é tão significativa como foi em outros tempos, mais ainda é, na média das TVs, afora algumas dignas exceções, uma diferença razoável. Se fosse comprar TV no dia de hoje, sem dúvida ainda optaria por uma plasma, mesmo que o consumo de energia lhe seja desfavorável. Abraço.
Tinha para mim que a divisão de plasma da Pioneer foi comprada pela Panasonic, e não pela Sharp. Para que a Sharp iria comprar uma divisão de plasma se ela não produz nem nunca produziu plasma???
As LCDs LED são excelentes na visão frontal mas, por mais que se incline um pouco tanto para direita quanto para a esquerda, ainda e notável a perda de contraste e cores. Nesse quesito, as Plasmas ainda irão reinar absolutamente.
Importante observar que o preço da Sharp Elite é exorbitante (se não me engano, 5 mil dólares), o que não compensa a pequena (suposta) vantagem sobre a segunda tv melhor colocada (com preços iniciando em US$2,700). Além disso, note-se que o desempenho em acuidade de cores da Elite foi o pior entre os modelos testados. Achei interessante as afirmações de que houve grande melhora nos velhos problemas de uniformidade da tela e ângulo de visão no TV Sharp. Em minha opinião, esses são os calcanhares de Aquiles da tecnologia LCD. Se realmente forem sanados a ponto de igualar o desempenho do plasma, pode estar se desenhando um horizonte realmente nebuloso para essa tecnologia num futuro próximo. Mas, por enquanto, com o que temos de modelos LCD no mercado, esses “defeitos” ainda são muito marcantes. Palavra de alguém que fez a burrada de mudar de plasma para LED LCD. Abços.
Essa tv LED da sharp que ficou em primeiro lugar deve ter uma qualidade de iimagem de encantar . Mas é bom lembrar que a panasonic tem 65 polegadas contra 60 da Sharp e se tratando em qualidade de imagem eu continuo com os tvs de plasma da panasonic !!!
Sempre fui fã da marca da sony quando falo em tvs , mas depois que tive o prazer de conheçer os produtos da panasonic -plasma tv -, nunca mais nenhuma outra marca ou tecnologia fez eu mudar de ideia .
Espero que a sharp volte a reinar com seus t elevisores aqui no BRasil E QUE VENHA COM essa tv Sharp Elite PRO-605FD, LED de 60″ .
Um abraço a todos .
Há alguns prós nas tvs LCD que são determinantes na sua preferência popular. São melhores que os Plasma em salas com luminosidade, são mais baratas para produzir, esteticamente também levam vantagem sobre os Plasma. A Sharp, pelo que vi de depoimentos de videófilos, francamente favoráveis ao Plasma, no modelo 70″, é a única tv LCD que eles comprariam. A propósito o preço é de S 8.000,00.