No momento em que parece tudo bem, é hora de ficar atento. Executivos da indústria eletrônica já acenderam suas luzes amarelas diante dos sinais que vêm do Exterior, especialmente da China. Pela primeira vez em muitos anos, a economia chinesa está desacelerando: cresceu 9,5% no segundo trimestre, 9,1% agora no terceiro e o governo estima 8% para o ano como um todo. Nas últimas duas décadas, os percentuais nunca foram inferiores a 10%. Somando isso às já conhecidas crises do Japão, EUA e Europa, o quadro é preocupante para os países em desenvolvimento, caso do Brasil.
Bem, não sou economista. Cito aqui os dados distribuídos esta semana por Luiz Cezar Rochel, gerente do Departamento de Economia da Abinee, entidade que representa a indústria eletroeletrônica. Analisem e vejam como a expectativa geral é ruim, pior do que no início do ano, não apenas em função da crise internacional, mas também da inação do governo:
*Em março, 82% dos empresários entrevistados acreditavam que as vendas iriam aumentar e 4% esperavam uma queda; em setembro, os percentuais mudaram para 64% e 21%, respectivamente.
*Em março, 60% dos entrevistados afirmavam que as vendas ou encomendas haviam aumentado em relação ao mesmo mês de 2010, enquanto 22% diziam que haviam diminuído; agora, temos 47% e 35% nos mesmos itens.
*Ainda em março, na comparação com fevereiro, 59% diziam que as vendas ou encomendas tinham aumentado e 23% relatavam redução; refeita a pesquisa agora em setembro, apenas 32% afirmam ter registrado aumento, enquanto o percentual dos que tiveram queda nos negócios foi de 42%.
Um último tópico apontado na pesquisa, que merece análise, refere-se aos estoques de produtos acabados, ou seja, prontos para serem vendidos: em março, apenas 24% dos empresários diziam estar com estoques acima do normal; agora, são 37%.
Os dados completos estão lá, no site da Abinee. É claro que esse tipo de levantamento precisa ser examinado com cuidado. Nem todo mundo diz, nessas entrevistas, exatamente o que acontece; muitos preferem dizer o que lhes interessa. Mas são, sem dúvidas, sinais de alerta.