Neste fim de semana, começou a campanha da América Móvil para comunicar a união entre as marcas NET e Claro. Juntando as duas, são quase 100 milhões de usuários de telefone, TV e banda larga. É bom lembrar que a Claro herdou a imensa rede da antiga Embratel, adquirida pelo grupo mexicano em 2005; a Embratel continua atuando em serviços de telefonia e redes, especialmente para empresas.
A partir de agora, clientes de NET e Claro vão começar a receber os mesmos tipos de ofertas e serviços conjugados. O grupo tem metas agressivas em toda a América Latina (leia-se: não deixar espaço para Vivo/Telefônica nem DirecTV/Sky/AT&T). E a crise brasileira, que afeta particularmente a Claro, é um desafio e tanto para a equipe de José Felix, presidente do América Móvil, que comandou a NET nos bons tempos do mercado.
Só para se ter uma ideia: em 2015, o número de celulares em uso no país caiu 8% (de 280 para 257 milhões), a primeira queda desde que essa tecnologia existe; e o número de domicílios com TV paga, que em 2014 era de 19,6 milhões, passou para 19,1. Como os acessos a banda larga aumentaram (de 24 para 25,5 milhões), conclui-se que menos gente está usando as redes; mas quem usa o faz com maior intensidade. Ou seja, é o refluxo da chamada Classe C, que fez o setor disparar entre 2008 e 2013. Mais detalhes podem ser vistos no site da consultoria Teleco.
Curiosamente, a junção NET/Claro acontece em paralelo com a incorporação da GVT pela Vivo, que somam cerca de 80 milhões de assinantes. A concentração é inevitável, num setor que exige tantos investimentos, e a longo prazo. Sobra pouco espaço para os concorrentes.