A cidade de Las Vegas está agitada mais uma vez nestes dias, com a conferência anual da NAB (National Association of Broadcasters), que reúne a fina flor do mercado profissional de tecnologia para televisão. E um dos principais temas em discussão é algo que parece distante: as transmissões em resolução 4K. Distante, sim, mas não para muitos dos especialistas que lá estão. 

Várias sessões estão sendo dedicadas a delinear como será o mercado de TV na próxima década, quando – acredita-se – 4K já estará em grande parte dos domicílios. É um tópico tão importante que a indústria (fabricantes, emissoras, produtoras de conteúdo e provedores de serviços) criou duas entidades para coordenar os avanços e fiscalizar o cumprimento das respectivas normas técnicas: UHD Alliance, basicamente focada na produção de equipamentos e conteúdos; e Ultra HD Forum, voltado à distribuição de sinal.

As duas entidades montaram um estande na NAB para demonstrar em que ponto estamos dessa evolução. Depois de lançar, no ano passado, a chamada “fase A” de suas diretrizes para a transmissão em 4K, o Ultra HD Forum apresentou nesta terça-feira a “fase B”, detalhando aspectos técnicos que as emissoras e operadoras de TV devem observar daqui por diante. Entre as recomendações, destacam-se:

HDR (High Dynamic Range) – Emissoras e produtoras devem estar prontas para gerar conteúdos com faixa dinâmica mais ampla, seja adotando o software Dolby Vision (que cobra royalties), seja com as diversas versões da sigla HDR. A nova diretriz propõe algo chamado SL-HDR (SL, de single-layer), pelo qual todo sinal transmitido deve ser compatível com todas as variantes do padrão HDR. Confuso? Sim, mas essa é uma área prodigiosa em alternativas, até porque lida basicamente com códigos e protocolos. Tenta-se evitar confusão maior.

Áudio imersivo – A “fase B” da TV 4K estimula a adoção desse recurso, tido como essencial no envolvimento sonoro e já implantado em boa parte da produção cinematográfica. As opções aqui vêm da Dolby, com o software AC-4, e do consórcio MPEG, com o áudio 3D (MPEG-H). Ambos foram desenvolvidos exatamente para broadcast, proporcionando efeitos similares aos do Dolby Atmos e DTS:X, que têm versões para cinema e home theater.

Tudo isso, é claro, já pensando na confluência entre TV e internet, duas mídias cada vez mais integradas. Daí a necessidade de regulamentar também a questão do uso da banda larga. A proposta da Alliance e do Forum é um padrão denominado CAE (Content Aware Encoding), a ser implantado nos transmissores para regular em tempo real o uso da banda. 

Em tempo: não há prazo estipulado para essas inovações chegarem ao mundo real.

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