Uma semana complicada me fez ausente do blog, infelizmente. Queria ter atualizado os leitores durante a viagem que fiz, a convite da distribuidora Audiogene, juntamente com cerca de 30 revendedores especializados, às instalações da McIntosh. Mas só agora consigo.

Acho que não preciso me estender nas apresentações da marca, que todo audiófilo de bom gosto admira. Estivemos no magnífico show-room da empresa, no centro de Nova York, e depois na fábrica, que funciona desde 1956 na cidade de Binghamton, próximo à fronteira entre os estados de Nova York e Pensilvânia.

Já visitei muitas fábricas pelo mundo, mas essa me surpreendeu em vários aspectos. Primeiro, por estar numa cidade pequena (pouco mais de 40 mil habitantes), onde a presença de tantos “turistas” causou certo alvoroço. Embora haja milhares de brasileiros circulando mundo afora, não acredito que outro grupo como esse tenha posto os pés antes na simpática Binghamton. Foi lá que, nos anos 1950, Frank McIntosh – conhecido como “Mr. Mac” – decidiu instalar sua fábrica de alto-falantes com todo carinho.

Sua obsessão com a performance e o design dos produtos está bem documentada, e serve de referência para os administradores de hoje; a empresa passou por várias mãos desde a aposentadoria do fundador, em 1990, mas conseguiu manter a aura que cerca seu célebre logotipo em estilo gótico e o tão copiado display de fundo azul.

Outro ponto que observamos – eu e vários dos integrantes do grupo – foi o clima de camaradagem dentro da fábrica, com os funcionários visivelmente alegres pela nossa presença. Apenas um exemplo: a certa altura, o CEO Charles Randall carregou com as próprias mãos uma caixa de água mineral para nos servir – confesso que nunca vi isso antes.

Mas o que faz da McIntosh uma marca diferente é o fato de que todos os seus produtos são feitos em casa, incluindo placas de circuito impresso, chapas metálicas laminadas para os chassis, transformadores (um dos amplificadores libera incríveis 2.000W de potência – imaginem o tamanho da peça), alguns deles mostrados na foto acima, e até os vidros especiais usados nos painéis; textos e logotipos são gravados lá mesmo com refinadas técnicas de impressão.

Seguindo desejo expresso de Mr. Mac, a McIntosh atual se recusa a terceirizar a produção. Ali são fabricados nada menos do que 7 mil itens, inclusive peças para modelos antigos que alguns colecionadores insistem em adquirir originais.

Nos próximos dias, colocaremos no hometheater.com.br um apanhado do que vimos e ouvimos, inclusive uma entrevista exclusiva com mr. Randall. E, claro, a viagem também será assunto da edição de outubro da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL.

Em tempo: estivemos também na sede da Savant, em Nova York, outra marca distribuída aqui pela Audiogene. Mas isso merece outro post. 

1 thought on “Visita ao templo do high-end

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