Em pouco mais de três meses, a Globo suspendeu seus contratos para transmissão da Copa do Mundo de 2022, da Copa Libertadores e agora da Fórmula 1. Foi a forma que a empresa encontrou para renegociar os valores, inflacionados como se o mundo não estivesse vivendo sua maior crise em décadas. Não tenho procuração para defender a Globo, nem tenho falando ultimamente com ninguém do grupo, mas desconfio que esse será o “novo normal” para o setor de esportes daqui por diante.
Ao contrário do pessoal de entretenimento (artistas, produtores de eventos, casas de espetáculos, cinemas e até cassinos), clubes, federações e atletas parecem não ter percebido que um tsunami se abateu sobre o planeta desde março. O que é no mínimo estranho, pois os poucos eventos esportivos que continuam sendo realizados acontecem em espaços vazios, sem o calor da galera como gostam de gritar os narradores. Até a Olimpíada – maior evento esportivo de todos – foi cancelada devido à pandemia. Como achar que os valores pagos pelo futebol, basquete, F-1 e demais modalidades possam continuar sendo astronômicos?
Não sei se a Globo está em crise financeira. Já há alguns anos que o grupo começou a desmontar uma estrutura gigante, que aliás não faz mais sentido. Por que, por exemplo, manter sob contrato (milionário, em muitos casos) um artista que não está sendo utilizado, só para que ele não apareça em outra emissora? Pensando bem, nos últimos tempos a Globo, assim como suas concorrentes, deve ter percebido que o único setor onde vale a pena investir alto, hoje, é o de Jornalismo. Desde os escândalos da Lava Jato, nunca foi tão grande a audiência dos telejornais.
Sim, a crise tem outros componentes, pois tem a ver com a própria revolução das mídias, como comentamos aqui três anos atrás. Mas isso é tema para outro post.
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