Pequena história futebolística para ilustrar o mundo em que vivemos.

Na Inglaterra, torcedores de vários clubes se rebelaram contra uma decisão dos cartolas que, em comum acordo com emissoras de TV, decidiram suspender as transmissões gratuitas dos jogos da Premier League. Desde que o futebol foi retomado, em julho, ficou decidido que, como as partidas não têm público, as transmissões seriam abertas para que os torcedores não ficassem sem acompanhar seus times. No fim de semana retrasado, todos foram surpreendidos: BT Sport e Sky Sports passaram a cobrar 14,95 libras por jogo (algo em torno de R$ 100).

A reação das torcidas foi inusitada. Em vez de pagar às emissoras, preferiram se organizar para arrecadar doações a instituições de caridade. E, claro, ficaram sem assistir às partidas. Só a torcida do Liverpool, atual campeão, coletou 120 mil libras. O movimento se espalhou por todas as cidades que têm times na PL. 

A repercussão negativa fez clubes e emissoras acabarem com a cobrança; agora estudam uma forma de voltar com as transmissões, se não gratuitas (já que representam altos custos), pelo menos com valores mais decentes. 

Os detalhes da história estão no site da BBC. Como seria se fosse no Brasil? Não custa lembrar que nenhuma emissora brasileira suspendeu o pay-per-view no reinício dos campeonatos. A Globo, aliás, reserva os grandes clássicos justamente para o “pagar-para-ver”, mesmo com os estádios vazios. E ninguém reclamou.

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