Em julho último, 34,8% das visualizações numa tela de TV, nos EUA, foram para assistir a algum conteúdo de streaming; 34,4% visavam atrações da TV paga; a TV aberta, que lá é bem menos relevante que o cabo e o satélite, ficou com 21,6%.

Os dados foram divulgados no final de agosto pelo Nielsen, principal instituto de pesquisas do país (vejam o gráfico abaixo). Foi a primeira vez em que as plataformas online superaram a audiência dos canais lineares. O que não deixa de ser um marco histórico, até porque confirma uma tendência que vinha se consolidando desde há cerca de dois anos.

Netflix, YouTube, Hulu e Prime Video lideram a lista das plataformas para acessadas pelos americanos. O Nielsen calcula a audiência medindo o tempo (em minutos) em que cada aparelho de TV fica sintonizado em algum canal ou plataforma. Foram 190,9 bilhões de minutos por semana no streaming, em julho, contra 169,9 do cabo.

Stranger Things vs Esportes

O principal fator para a “vitória” do streaming, no caso, foi a arrasadora estreia da nova temporada de Stranger Things no Netflix, com incríveis 18 bilhões de minutos – ou, para facilitar a compreensão, 300 milhões de horas. Contribuiu também o fato de que julho é mês de férias para os principais eventos esportivos, uma das atrações mais fortes da TV linear.

Na comparação com julho de 2021, o streaming cresceu 22,6% em minutos – tinha 28,3% da audiência um ano atrás. Já o cabo encolheu 8,9% no mesmo período, enquanto a TV aberta perdeu 9,8% de seus minutos.

Infelizmente, não temos dados similares sobre o mercado brasileiro. O mais recente estudo divulgado pelo Kantar Media (herdeiro do velho Ibope) indicou, apenas genericamente, que 79% dos brasileiros ainda vêem mais conteúdos da televisão (aberta+fechada), ficando o streaming com apenas 21% (dados do primeiro trimestre de 2022).

“É definitivamente o fim da TV linear nos próximos cinco ou dez anos”, disse Reed Hastings, fundador e co-CEO da Netflix, comentando os dados do Nielsen. “No futuro, o streaming estará funcionando em todos os lugares”.

Menos, menos, dizem especialistas brasileiros que comentaremos num dos próximos posts.

2 thoughts on “Nos EUA, streaming vira o jogo

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