Corro o risco de ser chamado de jurássico, mas não sou eu quem está dizendo; saiu no site da Bowers&Wilkins, talvez a marca de áudio mais cultuada e respeitada (duas qualidades que nem sempre andam juntas…) do mundo: o mercado mundial de vinil vai muito bem, obrigado. Pode não faturar tanto quanto gostariam as gravadoras, mas alimenta uma infinidade de selos independentes em países como EUA, Inglaterra, Austrália e Japão.

Sabiam que existe um Record Store Day? Ou melhor, dois: um é comemorado em abril e outro em novembro, este pegando carona na Black Friday. Na data combinada, acontecem eventos em diversas cidades promovendo a venda de discos e até com a participação de artistas famosos. Metallica, Bob Dylan, Foo Fighters e R.E.M. foram alguns que já deram as caras desde 2007, quando o evento foi lançado na Califórnia; este ano, a estrela foi Taylor Swift (vejam os detalhes aqui).

2022, por sinal, marca os 40 anos do lançamento do Compact Disc, mídia que – dizia-se na época – iria “matar” o vinil. Hoje, o que se vê é exatamente o oposto: os velhos bolachões, após um banho de tecnologia que resultou em prensagens melhores (digitais), geraram receitas da ordem de US$ 15 bilhões em 2021, um aumento de 22% sobre 2020. Os números vêm crescendo todos os anos, desde 2006. Já os CDs ficaram com “míseros” US$ 584 milhões (números da RIAA (Recording Industry Association of America), valor que é menor a cada ano.

40 anos depois, CD agora é coisa de velho

No site da B&W, há diversos depoimentos de donos de lojas americanos, ingleses e australianos comemorando o fato de, finalmente, terem conseguido unir a paixão pela música com um negócio que, embora não os torne milionários, é mais rentável do que era 15 anos atrás. E não se trata apenas de vender discos. Em cidades como Phoenix (Arizona), Melbourne (Austrália), Bournemouth (Inglaterra) e Edimburgo (Escócia), formaram-se verdadeiras comunidades em torno das lojas. Algumas montaram pubs onde a galera se reúne para beber ouvindo e conversando sobre música. Outras criaram livrarias temáticas, camisetas ilustradas com capas de discos, posters, exposições e leilões de itens de colecionador.

O mais incrível é que esse revival não se limita a velhos nostálgicos dos tempos em que o vinil reinava absoluto (quando não havia outra mídia para música). As novas gerações formam a maioria dos participantes desses encontros, e isso inclui jovens que, no dia a dia, não largam seus fones de ouvido e suas playlists do Spotify. Para eles, CD sim é que virou coisa de velho.

2 thoughts on “Lojas de discos: lembra como era?

  1. Tenho muitas saudades dos tempos do vinil de 40, 50 anos atrás quando a gente entrava na loja de discos da “HiFi” do Shopping Iguatemi, era muita diversão. A gente passava horas olhando e escolhendo entre centenas de banda de rock e depois desfilava com o “bolachão” debaixo do braço. E como dizia a música… “velhos tempos belos dias”.

  2. Olá, Orlando.

    A venda de CDs teve um certo crescimento em 2021 nos Estados Unidos após 17 anos de declínio!

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