A última grande inovação no processamento de áudio foi, sem dúvida, o Dolby Atmos. Ou, melhor, o conceito de áudio imersivo, que aboliu a ideia de separação entre canais transformando os sinais digitalizados em “objetos de som”. Na origem, essa ideia implicava instalar caixas acústicas no teto para fazer os sons circularem sobre as cabeças dos ouvintes; o software da Dolby faria a combinação com as caixas de piso (ou bookshelf), assim criando a famosa sensação de imersão.

Bem, isso foi no início. Como se sabe, nos últimos anos surgiram tantas variações adotando a “marca” Atmos (basta pagar os royalties à Dolby…) que muitos consumidores se sentem perdidos na hora de escolher seu equipamento. O software está presente em receivers, processadores, TVs, soundbars, caixinhas sem fio e até fones de ouvido, chegando a ser considerado por alguns especialistas nada mais que “uma forma de enganar o cérebro”. Mais detalhes neste artigo.

A mais recente novidade nessa área atende pelo nome de FlexConnect, outro software desenvolvido pela Dolby, só que agora com foco na TV. As primeiras demonstrações aconteceram semana passada na IFA, em Berlim, no estande da chinesa TCL, por enquanto a única fabricante que aceitou fazer parceria com a Dolby.

Configuração pelo controle da TV

Pelas descrições fornecidas, TVs dotados desse algoritmo processam o sinal de áudio Atmos e enviam a caixas acústicas sem fio, que podem estar em qualquer ponto da sala. Ou seja, não é necessário posicionar uma caixa no canal direito, outra no esquerdo, central ou traseiro – muito menos no teto; o usuário fica livre para decidir conforme sua conveniência. E também não importa se a sala é retangular, quadrada, se há muitos ou poucos móveis etc. Assistam a este vídeo explicativo.

Nas demos da IFA, a configuração foi ultra rápida (durou minutos), usando apenas o controle remoto da TV, que localiza as caixas no ambiente através de microfones embutidos nelas. No processo de setup, as caixas emitem o tradicional test tone e… voilá! Pode-se sentir o efeito somente com os falantes da TV, mas nesse caso o prejuízo nos graves é inevitável.

Bem, como sabemos, demos em feiras não são uma indicação segura sobre o desempenho de um sistema. Na própria IFA, a DTS – rival histórica da Dolby – apresentou algo similar, o sistema Play-Fi Home Theater, em parceria com a TPV (Philips). E nenhuma das empresas fez questão de ir muito a fundo no detalhamento técnico. A TCL prometeu lançar o FlexConnect em suas TVs 2024, além de caixas acústicas compatíveis, mas não está claro quantas caixas serão necessárias para atingir um nível aceitável de imersão.

3 thoughts on “Onde colocar as caixas acústicas? Não importa

  1. Só utilizaram a mesma idéia das Echo Estúdio da Amazon. O sistema Dolby Atmos interligado com Fire TV Stick na função Home Theater já faz isso a muito tempo(em minha casa por 2 anos por exemplo) e não perde em graves, uma vez que já tem um subwoofer integrado. Sistema excelente em custo benefício, além de poder controlar vários sistemas de automação via Wi-Fi e zigbee.

  2. Olá Anderson, obrigado pela msg. Que bom! Vc utilizou receiver ou soundbar Dolby Atmos?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *