Sistemas de áudio imersivo, especialmente os baseados no padrão Atmos, da Dolby, estão atraindo cada vez mais usuários. Como comentamos neste post de dois meses atrás, já existe uma infinidade de dispositivos compatíveis, o que, se por um lado significa mais opções (em diversos níveis de preço) ao consumidor, também gera mais dúvidas no mercado, inclusive entre profissionais de áudio e home theater.

E é justamente para diminuir o nível de confusão que surgiu o guia RP22 – Immersive Audio Recommended Practice. Anunciado na CEDIA Expo, em setembro, o documento foi criado em conjunto pela CEDIA, que representa os integradores americanos, e pela CTA (Consumer Technology Association), que reúne fabricantes de vários países. A proposta é condensar, em 21 regras, as recomendações das duas entidades para quem se dispõe a projetar sistemas de áudio imersivo.

“Os profissionais podem agora comunicar a seus clientes, numa linguagem clara, o que um sistema pode de fato oferecer em envolvimento e qualidade de áudio”, resumiu Walt Zerbe, diretor de Tecnologia da CEDIA, em artigo publicado no site Twice. O Guia, diz ele, fornece orientações sobre como medir a performance de um sistema, em vez de passar ao cliente “apenas sugestões vagas sobre o que esperar de seu investimento”. Zerbe reconhece que lá, como aqui, há muitos oportunistas oferecendo produtos e serviços de custo inferior, mas descritos aos usuários como uma “excelente experiência”.

Em casa, o mesmo envolvimento de uma sala de cinema

O novo guia – que está disponível, sem custo, nos sites da CEDIA e da CTA; acesse aqui – ajuda, segundo Zerbe, a evitar erros comuns nos projetos, como estes:

*Excesso de assentos num espaço pequeno

*Distribuição deficiente do som entre os assentos

*Amortecimento exagerado dos sons no ambiente

*Baixa inteligibilidade dos diálogos

*Assentos muito próximos das paredes

Independente do custo de um projeto, a ideia é que todo integrador e/ou arquiteto (ou ambos, trabalhando em conjunto) utilize referências concretas sobre o desempenho do sistema e a otimização do espaço disponível. “Partimos do princípio de que é possível obter, numa sala residencial, uma performance similar à de uma sala de cinema comercial”, diz Zerbe.

Segundo ele, o Guia define quatro níveis de qualidade num sistema de áudio imersivo, sendo que os níveis 3 e 4 foram pensados visando até mesmo superar os padrões das salas de exibição. “Não se trata de simplesmente escolher os equipamentos mais caros, não entramos na questão do preço. Mas de usar critérios técnicos objetivos para definir qual é o equipamento mais adequado a cada espaço”.

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