Saiu o balanço final do mercado brasileiro de streaming em 2023, realizado pela consultoria alemã JustWatch. O levantamento vem sendo feito desde 2020, ajudando a medir a escalada impressionante dessa tecnologia no país. Embora não indiquem números sobre a quantidade de assinantes das plataformas, os gráficos mostram o sobe-e-desce da disputa entre elas, com a evolução do market-share de cada uma.

Em junho de 2020, quando saiu o primeiro gráfico, o Netflix detinha 33% das preferências, seguido pelo Amazon Prime Video com 25% – os demais serviços ficavam bem atrás. Hoje, como se vê na imagem acima, as duas continuam na ponta, mas com bem menos folga. Quatro anos atrás, ainda não estava operando no Brasil o Disney+, nem seu braço direito (Star+). Globoplay não estava estruturado como hoje, e seu canal de filmes (Telecine) contava com 9% dos usuários; hoje, Telecine virou um sub-produto do Globoplay, e este soma 10% do total.

Apple TV+ ainda era incipiente, o mesmo acontecendo com Paramount+, ambos tidos atualmente como os que têm a melhor oferta de filmes de qualidade, na média. Vejam que Paramount+ nem aparece na lista de 2023 (faz parte do item “Outros”). Mas, por ser o mais barato (R$ 16 mensais), muitos acreditam que deve crescer daqui por diante.

Comparando os dados do JustWatch nestes quatro anos (até agora não surgiu serviço equivalente), nota-se que o Netflix, mesmo na liderança, vem perdendo espaço a cada ano. Sua curva é consistentemente descendente: 33 em 2019, depois 32, 31, 30 e, em 2023, uma queda de pronunciada de 3 pontos percentuais. Prime Video experimentou queda mais forte ainda, saindo de 25% em 2020 para os atuais 18%. Todos os outros que aparecem no gráfico vêm subindo gradativamente, à média de 1 ponto percentual ao ano.

Fusões e aquisições devem agitar o mercado de streaming

Em tempo: a Disney prepara a fusão dos serviços Disney+ e Star+, que no segundo semestre passam a ser uma coisa só (vejam aqui). No Brasil, a assinatura do Star+ é mais cara, embora a empresa ofereça um combo de ambos com belo desconto: de R$ 74 por R$ 56. Mas esse tipo de movimento – fusões – deve se tornar comum, à medida que crescem os custos de produção e distribuição dos conteúdos.

Outra fusão que está sendo negociada é entre a Warner Discovery (dona do HBO) e a Paramount Global (dona do Paramount+); aqui, os detalhes. Já o Apple TV+ é uma eterna caixinha de surpresas. A Apple não é, por tradição, uma empresa que aceite ser coadjuvante, em qualquer mercado onde atue. Estar entre as cinco plataformas preferidas pelos americanos (no Brasil, hoje, a sétima) é pouco para a marca mais valiosa do planeta.

A principal especulação atual é sobre sua negociação para adquirir a ESPN, braço de esportes do grupo Disney (detalhes). Ano passado, a Apple entrou oficialmente no ramo esportivo ao fechar contrato de patrocínio com a Major League Soccer. Outra notícia recente é uma possível fusão entre Apple TV+ e Paramount+.

Como se vê, o ano promete ser agitado no streaming.

 

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