Comentamos aqui, na época da CES, sobre as inovações preparadas para este ano pelos fabricantes de TVs (vejam o link). Agora, conforme se aproxima o meio do ano (na América do Norte, abril geralmente é o mês em que as lojas começam a ser abastecidas com novos produtos), vão aos poucos se confirmando o que de fato teremos de novo.
Como se sabe, a CES funciona muito como “campo de provas” para a indústria. Certos produtos são exibidos apenas para sentir a reação dos visitantes, que em sua maioria são profissionais de áudio, vídeo, automação etc. Há muitos protótipos que acabam nem chegando ao mercado. E há outros que já vinham sendo ensaiados em eventos anteriores e agora parecem maduros para lançamento.
Algoritmos atuam nos mínimos detalhes
Neste vídeo, fica fácil entender, por exemplo, como a LG está aprimorando a tecnologia OLED, que continua sendo seu carro-chefe. Usando ferramentas de Inteligência Artificial, engenheiros e designers estão conseguindo avanços que anos atrás eram inimagináveis. Um deles é o conceito que a LG chama detail enhancer, algo como “aperfeiçoamento dos detalhes”.
Como se sabe, nos painéis OLED cada led orgânico contém um pixel, de modo que estes emitem a própria luz a partir de impulsos elétricos gerados pelo processador da TV. A intensidade dessa luz é modulada em tempo real, de acordo com a necessidade de cada quadro de imagem. Certas cenas são mais claras, outras contêm pontos luminosos sobre fundo escuro e em outras há uma profusão de cores que se misturam e interferem umas nas outras.
Um outro processador dentro da TV é responsável por essa modulação, que implica em dimerizar cirurgicamente a luz para obter a máxima fidelidade nas cores, sombras etc. Segundo a LG, nesse processo de dimerização acabam aparecendo variações sutis de brilho, que precisam ser corrigidas (sempre em tempo real). Para isso, foi introduzido um algoritmo (o tal detail enhancer) capaz de analisar todo o detalhamento de cada cena, seja ela clara ou escura.
Uma nova maneira de reproduzir esportes
Parece coisa de ficção científica, mas no mundo da I.A., como já comentamos aqui, parece que nada é impossível.
Igualmente admirável é uma solução da Samsung para resolver o eterno problema da nitidez em cenas rápidas, como esportes, perseguições nos filmes, animais em movimento etc. Chamado Motion Enhancer Pro, o recurso introduzido na nova linha de TVs Neo QLED (a pré-venda para o mercado norte-americano começou nesta 5a feira) é mais um algoritmo treinado no conceito deep learning, que se baseia em bancos de imagens de referência.
Basicamente, esse algoritmo identifica que tipo de imagem está sendo exibido e atua para amenizar, ou até eliminar, distorções originadas pelos movimentos do objeto. Numa partida de futebol, por exemplo, a maioria dos telespectadores não percebe como a figura da bola aparece borrada na tela – claro, tudo acontece de forma tão rápida que esse detalhe passa batido. Mas o algoritmo, diz a Samsung, consegue rastrear o objeto – no caso, a bola – e deixá-lo mais nítido.
Interessante: o “treinamento” do algoritmo é feito em função de várias modalidades esportivas. Os movimentos da bola num jogo de tênis são dezenas de vezes mais rápidos que no futebol ou no basquete. Buscando em seu banco de dados sobre a modalidade em questão, o algoritmo vai aprendendo a contornar aquelas distorções.
Assim como no caso do detalhamento nas OLED LG, os avanços na reprodução de imagens em movimento nas Samsung se tornam mais impactantes em telas grandes, como vimos na CES. Haverá ainda outras inovações, que comentaremos aqui em breve. Claro que será diferente observar esses aprimoramentos com mais calma quando pudermos avaliar essas TVs. A previsão é que comecem a ser entregues às lojas a partir de junho.
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