Semanas atrás, comentávamos aqui sobre os exageros dos fabricantes na especificação de luminosidade das TVs (neste link). Desde sempre, temos ouvido o argumento de que intensificando a iluminação interna (backlight) das TVs baseadas em LCD se atingiria um nível de qualidade próximo ao das outras tecnologias de display – antes, o plasma; agora, OLED. E, de fato, a indústria vem se esmerando nesse quesito: quanto mais luz, melhor.

Além de desenvolver leds mais potentes, os fabricantes testam e aprimoram a forma como os diodos são montados no painel interno da TV. Na CES de janeiro, por exemplo, a Hisense demonstrou um modelo de 116″ (foto) com a tecnologia chamada RGB Local Dimming, especificada em 10.000 nits de luminosidade. Segundo a empresa, nas TVs com esse recurso são usados leds com feixes triplos, um para cada cor primária, em lugar dos leds brancos ou azuis dos backlights convencionais. 

Ou seja, a luz dos leds atinge diretamente o painel de cristais líquidos que formam as cores, sem necessidade da película de pontos quânticos. Mais: cada led é revestido com uma espécie de lente também contendo as três cores básicas. O processador da TV pode assim controlar melhor a intensidade luminosa de cada cor e dimerizá-las de acordo com cada cena do filme.

Ainda pela descrição da Hisense, essa estrutura de leds evita os vazamentos de luz que são típicos das TVs LCD, e sua dimerização mais precisa reduz bastante o efeito blooming, que são aqueles contornos luminosos em torno das legendas, por exemplo.

Já a TCL, que em 2023 lançou no mercado internacional a TV (mod. MiniLED QM8) com pico de brilho mais alto segundo a classificação do site Rtings.com, feita com base em testes de laboratório (veja aqui), exibiu na CES a QM9, em 85″ e 98″, com especificação de 6.500 nits de pico e nada menos do que 14.000 zonas de dimerização. O gráfico acima, divulgado pela empresa, ilustra a diferença que isso pode fazer na imagem.

Não foram fornecidos até agora detalhes sobre a estrutura interna dessas TVs, e teremos de esperar o lançamento, provavelmente no meio do ano, para verificar até que ponto essas “bombas” de nits se refletem em imagens melhores.

Em tempo: neste vídeo divulgado pela TCL, fica mais fácil entender os benefícios dos minileds.

 

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