Novo carro elétrico também pode ser um display

Por Mark Fihn*

Recentemente, num debate entre especialistas do setor de displays, dei minha opinião de que a “próxima onda” não estará relacionada à melhor qualidade de imagem nem à performance em alta resolução. Ao contrário, acho que veremos cada vez mais conteúdos de baixa resolução sendo distribuídos pelos mais variados meios e superfícies.

Papéis de parede, carpetes e até a lataria dos automóveis serão usados como nunca a partir de agora, como se fossem… displays. Minha visão é que está se tornando mais fácil e compensador processar, distribuir e exibir conteúdos com baixa quantidade de informação (bits) em grandes áreas. Alterar as cores de uma imagem e executar mudanças simples de desenho, para exibição em superfícies de grande porte, será um ótimo negócio.

Já existem inovações ligadas a iluminação inteligente que permitem o controle de grandes painéis, tanto em residências quanto em locais públicos, de tal forma que podemos considerá-los “displays”. Durante o debate, alguns colegas comentaram que tais aplicações não podem ser classificadas dessa forma, porque não “conduzem” informação. Peço licença para discordar.

Sou um grande fã dos displays de alta performance. Quando se alteram as cores ou a quantidade de pixels numa imagem, ainda que seja de baixa resolução, trata-se com certeza de manipular informação de vídeo. Pode nem ser em cores, ou vídeo 3D, mas essas soluções são muito interessantes e se aplicam a diversos casos.

Vejam, por exemplo, neste link, o novo carro elétrico da Nissan, chamado Leaf, cuja pintura externa parece normal à luz do dia e brilha, em tons de verde, no escuro. Essa tinta é totalmente produzida a partir de materiais orgânicos. Sua utilidade é chamar atenção para o fato de ser um carro “verde”, no sentido de que a alimentação se dá a partir de energia solar. A ideia é estimular as pessoas a instalar painéis desse tipo em suas casas e, assim, abastecer seu carro de graça!

O carro foi desenhado em conjunto com o inventor Hamish Scott, que patenteou uma tinta chamada Starpath, capaz de brilhar no escuro. Sua ideia original era vender o spray para a pintura de ruas e estradas, mas de acordo com a Nissan acabou-se criando uma variação ideal para automóveis, usando os mesmos ingredientes: uma liga de alumínio com estrôncio, que não tem cheiro e é quimicamente (e biologicamente) inofensiva. Essa tinta absorve energia dos raios UV durante o dia e mantém o brilho por até dez horas à noite. Mais detalhes?

Vejam neste site.

Portanto, a pintura do Nissan Leaf pode ou não ser considerada uma forma de display? Tenho minhas dúvidas. Mas com certeza esse tipo de inovação virá cada com mais força nos próximos anos, trazendo excelentes oportunidades para quem trabalha com instalações de vídeo.

*Artigo publicado original no site Display Daily. Clique aqui para ler o original na íntegra. O autor é consultor de empresas e dirige um site especializado no assunto: veritasetvisus.com