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Qual programa de televisão você está assistindo agora? Tempos atrás, essa era a pergunta clássica feita pelos institutos de pesquisa aos telespectadores. Nestes tempos multimídia, não mais. As perguntas podem ser, por exemplo, “qual programa você gravou” ou “qual programa seus amigos estão comentando no Facebook”. É dura a vida de pesquisador, se é que você acredita nas pesquisas de audiência. Muitas empresas – principalmente agências de publicidade e as próprias emissoras – não acreditam, mas mesmo assim pagam fortunas para receber os relatórios do Ibope e similares. Para o bem ou para o mal, são esses dados que orientam a programação, tanto nos canais abertos quanto nos fechados.

Estes últimos, por sinal, estão crescendo na preferência do público, como já comentamos aqui. Mas estão também enfrentando novos concorrentes (bem, não tão novos assim…): a infinidade de atrações que as pessoas podem acessar a partir de seu televisor e, mais do que isso, a oferta de conteúdos de vídeo online, transmitidos via computador, tablet, celular etc. Na semana passada, o Ibope anunciou que vai começar a avaliar a influência das redes sociais sobre a televisão. Numa parceria com a empresa Qual Canal, tuítes e curtires (sim, isso agora é um substantivo) serão quantificados e analisados para determinar as reações do público aos programas exibidos.

Não se assuste: sem saber, você também poderá ser mensurado. Pelo menos, suas opiniões emitidas em redes como Facebook, Tweeter, Linked In, YouTube e Google+ serão! Numa entrevista por email, Antonio Wanderley, diretor de marketing do Ibope Media, me confirmou que essa é a tendência daqui por diante. “As pessoas não estão deixando de consumir os meios, e sim optando em acessá-los através de diferentes plataformas e da maneira mais conveniente ao seu modo de vida”, escreveu ele, confirmando que isso tende a fazer parte da rotina conforme as tecnologias vão se tornando acessíveis.

Wanderley cita algumas ferramentas criadas pelo Ibope com a finalidade de monitorar o fenômeno. Um aparelho chamado DIB 6, conectado a um TV na casa de alguém, identifica o conteúdo que está sendo assistido e cruza essa informação com a grade de cada emissora; com isso, revela se a pessoa está assistindo ao vivo ou se gravou o programa para ver em horário diferente. Trata-se, como se vê, do nosso conhecido DVR (Digital Video Recorder), gravador embutido hoje na maioria dos TVs top de linha e nos receptores de TV por assinatura HD. O mesmo software instalado no DIB 6, diz Wanderley, já permite saber se o usuário está assistindo a uma emissora (aberta ou fechada) ou a um vídeo em DVD ou Blu-ray, por exemplo. E, mais à frente, será possível ampliar seu alcance, medindo o acesso através de outros aparelhos, como computadores.

O Ibope possui um laboratório (Media Lab) que desenvolve essas inovações em conjunto com seus clientes, que naturalmente irão pagar para receber os resultados. Foi ali que nasceu o software NetView, capaz de medir não apenas quantas pessoas estão ligadas à internet via TV, mas até descobrir quais são seus hábitos enquanto navegam. Com o fenômeno dos TVs smart, essas medições passam a ser tão importantes quanto as tradicionais pesquisas de audiência dos canais.

1 thought on “As novas caras da audiência

  1. Olá,Orlando.

    Tenho uma curiosidade:as tvs por assinatura(especificamente a NET,no meu caso),patece que têm,agora com o sistema digital,um controle maior sobre o conteúdo fornecido ao assinante.

    Será que têm condições técnicas de saber quais os canais assistidos pelo cliente?

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