Uma morte mais do que anunciada: a Kodak anunciou o fim do Kodachrome, seu maior sucesso em todos os tempos. No último dia 30, o último laboratório dos EUA que ainda trabalhava com o composto químico usado para processar esse tipo de filme comunicou que desistiu. A notícia não teve muito destaque na mídia; fiquei sabendo através do blog de Steven McCurry, que vem a ser o autor da foto ao lado, talvez a imagem jornalística mais famosa de todos os tempos: uma garota afegã faminta, fugindo da guerra, que foi capa da National Geographic em 1984 e depois rodou o mundo (a foto, não a garota). Pois é, foi produzida com um filme Kodachrome, símbolo da era analógica – o mesmo que deu até tema para uma música de Paul Simon, nos anos 70 (quem não conhece, é só digitar no Google: “Kodachrome”).

McCurry, que no blog presta uma bela homenagem a sua “matéria-prima”, foi escolhido pela Kodak para utilizar o último rolo de Kodachrome, fabricado no ano passado. Sentiu-se agradecido, não por esse presente final, mas por todos os milhares de filmes que o ajudaram a se tornar um dos maiores fotógrafos do mundo.

2 thoughts on “O fim de mais um ícone

  1. Realmente uma pena. É o ônus da evolução digital.
    E para quem não entendeu o que está sendo perdido, vejam no link abaixo capturas efetuadas na época da 2ª Guerra Mundial, com diapositivo Kodachrome.
    Cada imagem é na verdade um “slidão” de 4X5 polegadas.

    A tecnologia digital certamente ganha na praticidade, preço e níveis de exposição, mas quando o assunto é resolução, o bom e velho filme (película) ainda é imbatível.

    Grande e forte abraço.

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