Reportagem de Renato Cruz no Estadão do último sábado revela como está mudando o perfil do mercado brasileiro de música – seguindo, aliás, as tendências mundiais. Enquanto as vendas de CDs caíram para um terço do que eram em 2000, os downloads de música explodiram em 2007.

Vamos aos números. Em 2000, as gravadoras faturaram no Brasil em torno de R$ 900 milhões com a venda regular de discos. Esse número foi caindo ano a ano, chegando em 2007 a R$ 323 milhões. Ao mesmo tempo, o número de downloads (pagos ou não) só faz aumentar. O problema é que as gravadoras não ganham quase nada com isso, pois os sites pagos de música definitivamente não pegaram no Brasil – ao contrário dos EUA, por exemplo, onde o iTunes é campeoníssimo e já tem vários concorrentes.

Parece que não tem jeito mesmo: brasileiro quer tudo de graça e não se constrange em baixar músicas e filmes na internet, sem nem querer saber quem são os donos dos direitos. A propósito, uma observação que ilustra bem o caráter de nosso povo: se as vendas de CDs oficiais vem despencando, a quantidade de camelôs que se vêem nas ruas todos os dias parece que nunca para de crescer; e entre os principais produtos desses “comerciantes”, é claro, estão CDs e DVDs. Se há mais camelôs, é porque há mais gente comprando deles, certo?

Bem, mas isso é assunto para outro post. Voltando à questão dos downloads, um fenômeno interessante mostrado na reportagem é o crescimento dos celulares. A moçada cada vez mais baixa música direto para o celular, um setor onde, aí sim, as gravadoras podem lucrar. Nada menos do que 76% das compras virtuais de música em 2007 foram desse tipo; os outros 24% são os já tradicionais downloads da internet para o computador.

Conclusão: este é o futuro. Música no celular. É mais fácil e prático. Bem, ninguém aqui está discutindo bobagens como qualidade sonora, resposta de graves etc. Para essa galera, nada disso interessa. Esses são os novos tempos!

Para quem quiser ler o texto, aqui está o link.

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