Agora são as centrais sindicais, particularmente a CUT e a Força Sindical, que se rebelam contra o “negócio do ano”: a compra da Brasil Telecom pela Oi com verbas públicas, que comentei aqui na semana passada (leia abaixo).A Força informou que vai exigir da Oi o compromisso de não demitir nenhum funcionário após a fusão, se esta se concretizar, como quer o governo. “Ter demissão com dinheiro público é intolerável”, comentou o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva. As duas centrais pediram esclarecimentos sobre a transação ao BNDES, que está coordenando as negociações e de onde sairia a maior parte do dinheiro envolvido.

Segundo elas, o Banco garantiu que não haverá demissões, ao contrário, a nova empresa pretende contratar mais gente, para reforçar sua posição especialmente no mercado paulista, onde enfrentará as multinacionais Claro, Vivo e Tim. Além disso, o BNDES assegurou aos sindicalistas que os R$ 5,2 bilhões previstos para o financiamento não serão retirados de outros projetos de infra-estrutura que estão em andamento.

Dando um crédito de confiança de que as centrais sindicais estão sinceramente preocupadas com possíveis demissões (não dá para ter certeza disso), o fato é que o problema não é esse. Demissões, com certeza haverá, porque uma fusão dessas implica em reestruturação gerencial e reaparelhamento técnico – a menos que a idéia seja simplesmente tomar dinheiro do contribuinte e nada mais.

O problema, repito, é ir contra o interesse do consumidor, ao tirar de cena uma operadora (no caso, a BrT) que poderia tornar o mercado mais competitivo. O BNDES faria melhor se financiasse uma operação de reorganização da BrT para torná-la mais capaz de crescer e competir, com isso gerando mais empregos e melhores serviços.

Mas será que é esse o interesse do governo?

Para quem quiser entender melhor o mapa da telefonia celular no Brasil, recomendo o site www.teleco.com.br.

1 thought on “Mais lenha na fogueira da Oi/BrT

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