O Brasil faz parte de uma lista de 25 países com potencial para adotar políticas de controle inteligente do consumo de energia nos próximos dois anos. Você sabia disso? Descobri ao ler partes de uma pesquisa divulgada pela empresa americana Northeast Group, que calcula em US$ 49 bilhões o mercado de smart meters nos países emergentes no ano 2020. Até agora, a preocupação com o assunto tem sido privilégio dos países desenvolvidos, que representam 95% dos equipamentos instalados. “Mas a próxima onda está nos países emergentes, particularmente 11 deles”, diz o estudo Emerging Markets Smart Grid: 25-Country Overview. Os 11 seriam: Brasil, Bulgaria, República Tcheca, Hungria, México, Polonia, Romenia, Cingapura, Eslováquia, Eslovenia e Emirados Árabes Unidos.

Smart Grid é o nome genérico dos sistemas de controle eficiente da energia consumida em residências e empresas. O aparelho de medição (smart meter) é instalado entre o quadro de força e a entrada da rede elétrica, permitindo que o próprio usuário – e naturalmente sua concessionária – monitore quanto está consumindo cada um de seus aparelhos eletroeletrônicos. Os especialistas acreditam que, uma vez implantado um medidor como esse, a tendência de cada família é fazer um controle mais constante de sua conta de energia. E, consequentemente, sentir-se atraída a adotar novas tecnologias que ajudem a diminuir o consumo, como paineis solares e sensores que regulam automaticamente as luzes, o ar-condicionado e os sistemas de aquecimento central conforme as necessidades da casa.

Apesar da citação na pesquisa, não me consta que haja no Brasil grandes esforços para adotar o conceito Smart Grid. No início do mês, aconteceu em São Paulo um evento para discutir o assunto (o Smart Grid Forum), mas as pesquisas indicam que a maioria das pessoas sequer sabe do que se trata (veja esta). Um estudo do CPqD fornece bons elementos para se elaborar um plano de gerenciamento inteligente da energia consumida. Mas, no evento, o secretário do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grudtner, limitou-se a dizer que há estudos a respeito, e que estes não podem ser divulgados!!!

Não há, portanto, uma política governamental para o segmento – como, aliás, não há praticamente para nada no setor de tecnologia. Será que vamos ficar para trás, mais uma vez?

2 thoughts on “Smart Grid: o que é isso?

  1. Boa Noite!
    Excelente iniciativa dos desenvolvedores, pois possibilita melhorar o orçamento doméstico. E o preço é acessível?

    Um abraço

  2. Orlando, se não podemos confiar nem na entrega de energia de tal forma que pudéssemos dispensar estabilizadores e afins, o que dizer deste tipo de iniciativa?

    Quando eu era criança ouvia que o Brasil era o país do futuro. Daquela época para cá já são mais de 20 anos de futuro e muita coisa não saiu do lugar. Começo a achar que não verei este país do futuro nos meus próximos presentes, rs.

    Abs!

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