Este é o tipo de imbroglio que pode comprometer os responsáveis. Segundo a agência Associated Press, uma estatística divulgada em 2005 a respeito das perdas dos estúdios de cinema devidas à pirataria, foi manipulado pela MPAA (Motion Picture Asociation of America), a entidade que representa os estúdios.
 
A própria MPAA admitiu o erro. Três anos atrás, divulgou que 44% das perdas na venda de filmes deviam-se a downloads ilegais realizados por estudantes, que usavam as redes de banda larga das universidades norte-americanas. Lembro que, na época, a maioria dos especialistas aceitou os dados como naturais: afinal, o computador é hoje (e já era então) o principal passatempo dos estudantes nas horas de folga, ou até quando matam suas aulas.
 
Só que aqueles 44% eram, na verdade, 15%! A MPAA atribui a falha a “erro humano”, sem especificar o que isso significa (será que algum funcionário da entidade confundiu, sem querer, 15 com 44?). O caso repercutiu pesado nos meios universitários, já que a acusação passava a idéia de que todos os estudantes dedicavam-se a ficar baixando filmes ilegalmente. Mark Luker, vice-presidente da entidade Educause, que defende mais investimentos em educação, lembrou que a maioria dos estudantes não mora nas universidades; para ele, os tais prejuízos não passariam de 3%.
 
Nos EUA, onde já houve até gente presa por causa desse tipo de download, as universidades levam a sério o problema. Há hoje um grande esforço para criar mecanismos de controle nas redes usadas nas escolas. Sinceramente, não sei se esse controle é viável. Agora, culpar estudantes por um problema que é mundial – e envolve forças muito mais poderosas – francamente não dá…

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