Notícia quentíssima do Relatório Reservado, boletim que circula entre executivos e empresários: a Sharp, velha Sharp de guerra, está voltando ao mercado brasileiro, pelas mãos do Grupo Mitsui, um conglomerado japonês de trading que envolve empresas de mineração, energia e vários outros setores. A operação será conduzida pela MBK Distribuidora de Produtos Eletrônicos, que até já escolheu um executivo para comandar o processo: Kenji Miura.
Na verdade, as negociações vêm desde o final de 2006, quando a Sharp Corporation – hoje líder mundial em TVs LCD – decidiu que era hora de voltar ao mercado brasileiro. O Mitsui já tem uma subsidiária aqui, o que facilitou muito as coisas. Recentes acordos comerciais entre os governos japonês e brasileiros também. A meta é ambiciosa: vender 600 mil TVs até 2010, o que equivaleria, hoje, a 80% do mercado se telas finas.
Mas o raciocínio é correto: nos próximos anos, milhões de brasileiros irão trocar seus TVs de tubo, com tamanho até 29″, por LCDs, que são mais finos, elegantes, consomem menos energia e estão cada vez mais baratos. É nesse potencial que a Sharp, assim como as concorrentes, está de olho.
Só não se sabe ainda como será a operação na prática. A antiga Sharp do Brasil, que pertencia ao Grupo Machline, oficialmente faliu em 2002. Desde então, a marca rodou por várias mãos, de forma errática, e a matriz nunca se comprometeu efetivamente com a operação brasileira. As notícias de agora indicam que há planos de aproveitar a fábrica original de Manaus, que a essa altura deve estar totalmente obsoleta, e a partir dali fornecer para toda a América Latina.
Força, a marca Sharp ainda tem. Preço e qualidade também. Veja a foto acima, do estande da empresa na CES 2008. Esperamos que os novos executivos saibam trabalhar com ela.
Leia, a propósito, entrevista com Kenji Miura, publicada no ano passado.
