neilyoung.jpgLembro até hoje de uma entrevista coletiva de Neil Young, há cerca de cinco anos, durante a CES, em que ele se mostrava empolgado com as possibilidades do áudio surround. “Agora, o público vai poder ouvir nossos discos exatamente como nós ouvimos no estúdio”, profetizou esse dinossauro do rock. Young e outros, como o tecladista de jazz Herbie Hancock, são entusiastas do uso da tecnologia na música, mas radicalmente contra coisas como samplings e sintetizadores – embora Hancock já tenha até gravado um disco usando esses recursos.

Bem, mas o assunto hoje é Neil Young. Contratado pela Sun Microsystems para um evento da empresa em San Francisco, ele apresentou ali seu novo projeto multimídia: um documentário sobre sua carreira todo produzido com recursos digitais, incluindo áudio 7.1, vídeo de alta definição e programação em Java. Com ótimo humor, o que não é usual em suas aparições públicas, Young contou que o projeto partiu da infinidade de material gravado que ele guardou nesses 45 anos de carreira (começou em 1963). “Só dou para a gravadora aquilo que vai ser lançado oficialmente. O resto, guardo para mim. Por isso, o público vai poder ver agora um outro lado deste cara aqui”.

O documentário – que ainda está sendo finalizado – vai sair em Blu-ray, com navegação em java e links para o usuário baixar diretamente da internet conteúdos complementares. Young quer incluir animações em 3D e uma edição diferente, no estilo de um videogame. Em suas palavras, a forma de produzir e distribuir música hoje tem que ser totalmente repensada. “A indústria do disco está mudando, e eu, como artista, tento me manter o máximo possível longe desse negócio. Temos que oferecer ao público a máxima qualidade, mas as pessoas é que determinam como querem ouvir e apreciar a música”.

São palavras sábias, sem dúvida. Mas não significam que Young aprove a música de hoje, nem as formas em que ela é distribuída. “Ouvir música em MP3 é um inferno”. Falou quem conhece.

Em tempo: para ver o vídeo em que Young explica seu projeto, clique aqui.

Para ver um trecho de seu último clipe, “Living with War”, clique aqui.

E para entrar no site do artista, extremamente original, este é o link.

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