Juro que foi sem querer. Quando coloquei o post de ontem sobre a construção de uma fábrica de chips no Brasil, ainda não tinha lido a entrevista do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, que de manhã havia dito o seguinte: ”Era uma coisa de quem estava disposto a estudar. Para ser muito franco, era mais blablablá. Acredito que era o que era possível negociar naquele momento”.

Jorge se referia ao documento que seu colega Helio Costa obteve dos japoneses no ano passado, sobre investir numa fábrica de semicondutores aqui. Documento que a ministra Dilma Roussef reafirmou em abril último, quando esteve no Japão. E o que diz tal documento? Textualmente, que os japoneses concordavam em “estudar” o tal projeto, apenas isso. Já havia comentado o assunto aqui algumas vezes, mas agora é um ministro quem está falando.

“Eu nem chamaria de documento de intenções. Pelo que li, não chegava nem a ser um memorando de entendimento”, disse Miguel Jorge, colocando a polêmica nos seus devidos termos. Revelando um mínimo de bom senso, ele comentou que a discussão sobre TV Digital está encerrada nesse aspecto. Óbvio: mesmo que os japoneses confirmem que não vão financiar fábrica nenhuma, o que pode fazer a essa altura o governo brasileiro? Chorar?

Jorge lembrou que seu ministério negocia com investidores internacionais a instalação de uma fábrica de chips no Brasil, mas esta, se sair, não terá nada a ver com TV Digital. Para quê seria, então? Ele não sabe, ou não quer falar.

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