Reportagem do New York Times na semana passada fala da preocupação dos fabricantes de computadores com o surgimento dos “netbooks”, mini-computadores destinados a quem só quer recursos básicos. O temor é que os chineses conseguem produzir esse tipo de aparelho e vendê-lo pelo equivalente a R$ 1.000!!! Quem vai competir com eles?

Bem, o leitor já pode encontrar alguns desses aparelhos no Brasil e fazer o teste ao vivo. Será que compensa? A tentação é muito forte, mas para os apressadinhos (e aqueles que só fazem reclamar de preço) lembro que essa é uma armadilha perigosa. Imagino que todo mundo já comprou na vida um produto bem mais barato que a concorrência e se arrependeu depois, ao constatar sua má qualidade. Nestes tempos de pirataria, alguns produtos vêm tão certinhos (na aparência) que conseguem enganar bem. Isso vale para tênis, carro, uísque, relógio e, é claro, aparelhos eletrônicos.

Não tem mágica. Numa economia de mercado, ninguém vende caro porque quer. Se fizer isso, o cliente vai preferir comprar do concorrente. E, se o preço é baixo demais, é bom desconfiar. Claro, há exceções. Os serviços de TV paga no Brasil, por exemplo, são caros porque há pouca competição. E os bancos, tão criticados (com justiça) pelos altos juros que praticam, só conseguem fazê-lo porque seu maior cliente – que é o governo, com seus gastos fora de controle – aceita pagar. No mais, essa mania de querer levar vantagem em tudo é que às vezes faz o Brasil caminhar pra trás.

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