Nestes dias olímpicos, a China é destaque na mídia brasileira todo dia. Como já comentei aqui, há pelo menos duas semanas vivemos uma overdose chinesa. Mas, nesta 2a. feira, o caderno de economia do Estadão traz uma interessante reportagem sobre a invasão de produtos chineses – particularmente eletrônicos – no País.

Os números são impressionantes. Em seis anos, de 2000 a 2006, a importação de aparelhos e componentes chineses subiu de 1% para 11,7%. Dois anos atrás, foram US$ 2,37 bilhões que entraram no País na forma de manufaturados chineses, sendo que no período o aumento foi de 65% ao ano! Bem, o Brasil não está sozinho nessa enrascada. A China, diz a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento econômico) já ultrapassou os EUA como maior exportador mundial, com um total de US$ 343,9 bilhões (contra US$ 323,8 dos americanos) e não para de crescer.

Claro que a indústria nacional se queixa e defende, para enfrentar a “ameaça” chinesa”, incentivos fiscais e mais barreiras alfandegárias. Essa é a receita tradicional. E claro também que dificilmente o governo irá atender esses pedidos, porque do outro lado a China é hoje o maior comprador de produtos brasileiros. Qualquer ameaça de barreira será imediatamente respondida com cortes nas encomendas. Curioso é que a Fiesp, que teoricamente deveria defender os fabricantes nacionais, divulga estudo (leia aqui) informando que a China é “o maior exportador mundial de alta tecnologia” e que nem todo produto que vem de lá é de má qualidade.

Ou seja, um tapa na cara da indústria brasileira. Só faltou explicar o que dona Fiesp entende por “alta tecnologia”.

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