A crise econômica americana pode ser grave e espantar investidores e consumidores no mundo inteiro. Mas fabricantes e revendedores americanos não parecem (ou não demonstram) estar preocupados. Na conferência da DisplaySearch, que se realiza esta semana em Los Angeles, o assunto não são as perdas financeiras, o desemprego, a quebra do banco Lehman Brothers nem a crise imobiliária; o que se comenta são as boas perspectivas de vendas para este final de ano.

Diz o site CNET, citando pesquisa da própria DisplaySearch, que o segmento de HDTVs nos EUA vem crescendo à média anual de 17%. As pessoas sabem que suas casas perdem valor, estão tendo que gastar mais com comida e combustível, mas não abrem mão de seus belos TVs de tela grande. E quanto maior, melhor. É o que diz Paul Guagnon, coordenador da pesquisa: “Um ano atrás, havia o temor de que os preços caíssem muito, acabando com as margens da indústria. Mas o mercado se ajustou. Hoje, trabalha-se com margens mais altas, porque todo mundo quer TVs ainda maiores”.

Isso mesmo: se por aqui a tendência está na faixa de 40 e 42 polegadas, lá se fala em convencer o consumidor a partir para 60″ ou mais. “Os preços nos modelos de 40″ vão bater no teto este ano. Então, temos que vender aparelhos maiores”, resume Bob Scaglione, vice-presidente da Sharp, que voltou a disputar a liderança de mercado com Samsung e Sony, e não mais com as pequenas Vizio e Olevia (esta, inclusive, pediu concordata).

Bem, nada disso acontece de graça. Os grandes fabricantes chegaram a um acordo com as principais redes de varejo para estabilizar os preços das telas grandes – todos estavam perdendo dinheiro com as queimas que vinham acontecendo. Além disso, a proximidade do switch-off (as transmissões analógicas encerram-se em 17 de fevereiro) aumenta o apelo para todo mundo comprar um TV digital. Melhor para a indústria, que assim por virar as costas para a crise, pelo menos por enquanto.

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