Comentei ontem aqui sobre o evento TV 2.0, mas não falei sobre o que disse Larry Gerbrandt, especialista americano que veio falar sobre pesquisas de audiência nos meios digitais. Tentando acalmar executivos das emissoras, ele citou dados dos EUA indicando que o número de pessoas vendo TV pela web ainda é ínfimo, se comparado ao universo global da televisão. Exemplo: enquanto 27,5 milhões de americanos assistiram às Olimpíadas pelas redes abertas (média por dia), foi registrado somente 1,5 milhão de streamings diários durante o evento.

É interessante analisar esse tipo de pesquisa, que a meu ver mais confunde do que explica. Comparam-se coisas diferentes, certo? Evidente que a audiência da televisão é sempre maior que a da web, em qualquer dia ou qualquer evento que esteja acontecendo. Nos EUA, principalmente, pois lá a penetração da TV é de quase 100% das residências; a de computadores deve estar por volta dos 70%, e apenas uma pequena parte deles tem conexão de banda larga que permita, por exemplo, acompanhar um evento ao vivo.

Mas, além do fato de que a chamada audiência virtual cresce velozmente, enquanto o número de TVs ligados cai ou fica no mesmo lugar, há o detalhe (para mim fundamental) de que os públicos dos dois veículos são diferentes. O da internet é mais antenado, crítico e exigente; o da TV, mais passivo e acomodado a ver sempre os mesmos programas. Se a internet está roubando audiência de jornais, revistas e até dos cinemas, não há por que acreditar que não esteja roubando também da televisão.

Ou será que há?

Para os interessados em seu aprofundar na questão, recomendo estes artigos:

Inteligência coletiva, de Carlos Nepomuceno

TV 2.0, de Marcelo Póvoa

Os protagonistas somos nós, de Luis Guilherme Rodrigues

IPTV em redes multimídia, de Nelson Saito

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