Empresas de software estão pressionando o Fórum da TV Digital (SBTVD) a aprovar o mais rápido possível o chamado “Ginga 1.0″. Trata-se do software brasileiro que permite interatividade na programação das emissoras e que ainda não foi regulamentado porque parte dele utiliza o programa Java e exige  o pagamento de royalties. O que os produtores de software querem é liberar a parte que não depende do Java, o que seria um caso único no mundo.

Segundo leio no Tela Viva News, o Ginga 1.0 utiliza apenas a linguagem NCL-LUA, que já permite algumas opções de interatividade. Oficialmente, diz o Fórum, o problema é que se essa opção for liberada os fabricantes terão que fabricar conversores compatíveis – os atuais, é claro, ficariam obsoletos. Depois, quando for liberado o Ginga verdadeiro, serão necessários outros conversores, e aí o 1.0 também ficaria obsoleto. Gostaram da confusão?

Sem ter conversado com ninguém do Fórum, me fica a impressão de que isso é mera desculpa. Ora, como se faz atualmente com os computadores, qualquer fabricante poderia perfeitamente fabricar conversores preparados para um upgrade. Que pode ser feito através de uma simples placa ou cartão a ser oferecido ao usuário; ou mesmo via download pela internet.

O buraco é mais embaixo. Nem os fabricantes parecem lá muito interessados em fabricar conversores “atualizáveis” (desculpem, sei que esta palavra não existe), nem – e aí a razão maior – as emissoras estão dando prioridade à questão da interatividade.

Claro, os produtores de software têm razão de brigar. Afinal, estão perdendo (ou deixando de ganhar) muito dinheiro com essa demora. Mas é tudo bem típico do Brasil: fazem-se as coisas pensando apenas nos interesses deste ou daquele grupo, e o resultado é que o País continua atrasado.

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