Não, felizmente não estou falando do Brasil (ainda). O título acima tem a ver com o clima que encontrei nos EUA este fim de semana. Só se fala em crise. Tudo bem: foi um fim de semana atípico, com as bolsas despencando e o governo correndo para liberar dinheiro às empresas sob ameaça de falência. Mesmo assim, o pessimismo parece tomar conta de todos os setores. Até porque nenhum dos dois candidatos a presidente (a eleição é em novembro) demonstra ter qualquer proposta concreta para enfrentar o caos financeiro.

No que se refere ao mercado de tecnologia e entretenimento, que até agora parecia não acreditar que houvesse uma crise acontecendo, as primeiras reações já surgem. Levantamento da revista Twice, divulgado no fim de semana, mostra que quase todos os segmentos estão “sob pressão”, ainda mais que se aproxima a melhor época do ano para as vendas, que é o Natal. A revista entrevistou representantes de vários setores e concluiu que, tirando o de TVs de tela fina, todos estão com medo.

Há quem diga que setembro foi “o pior mês de todos os tempos”, prevendo o mesmo para o próximo Natal. Há também aqueles que procuram focar seus negócios em determinados tipos de produto. A crise imobiliária já vinha afetando principalmente o setor de custom installation, que envolve os projetos de home theater e automação residencial, dois dos setores que mais vêm sofrendo agora com a crise de crédito (a maioria dos projetos são normalmente financiados por bancos).

Mas há, por outro lado, quem tenha as soluções para sair do enrosco. Na mesma revista, o colunista Alan Wolf fornece uma série de dicas para isso, segundo ele tiradas de conversas com executivos do mercado. Confiram:

*Reduzir ao máximo os estoques e cortar todos os gastos possíveis;

*Descobrir novas oportunidades de vendas (essa eu também quero!!!);

*Intensificar o relacionamento com novos fornecedores;

*Dar prioridade a acessórios e outros produtos de valor mais baixo e margem mais alta;

*Tentar vender mais aos clientes tradicionais;

*Juntar-se aos “grupos de compra”.

Só esclarecendo: “grupos de compra” é como os americanos se referem às cooperativas de empresas de um determinado setor, que se unem para fazer suas compras em conjunto, conseguindo descontos e vantagens dos fornecedores. No Brasil, isso praticamente não existe, pelo menos que eu saiba, no setor de eletrônicos. Para funcionar, é preciso haver um mínimo de organização administrativa e confiança recíproca entre os participantes. Dois itens raros de se ver nas empresas brasileiras.

Seja como for, é bom que os daqui analisem com atenção o que fazem os de lá, porque tradicionalmente toda crise americana acaba desembercando no Brasil logo depois.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *