Com o título de “Cinema Paradiso?” – isso mesmo, com interrogação – o Caderno 2 do Estadão de hoje publica reportagem revelando que a Ancine (Agência Nacional de Cinema) está liberando R$ 74 milhões para projetos cinematográficos em 2009. Não sei se esse dinheiro dá para construir uma escola, ou um hospital (deve dar), mas ainda assim fico me perguntando se não haveria forma melhor de empregar o que se arrecada em impostos.

Segundo a notícia, o dinheiro virá do Fundo Setorial de Audiovisual, formado basicamente com taxações sobre a distribuição de filmes estrangeiros (a chamada Codecine) e do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). “Nunca houve em nenhum governo montante como esse sendo investido no cinema”, disse o presidente da Ancine, Manoel Rangel, ao repórter Jotabê Medeiros, do Estadão. Ele garantiu que, além desse dinheiro, o governo continuará usando a chamada renúncia fiscal, na forma de isensções de impostos para o setor.

Como se vê, valeu o lobby dos produtores de cinema. Lula e seus candidatos podem contar com os votos da maioria deles nas próximas eleições. Pessoalmente, sempre fui contra essa história de governo dar dinheiro para artista. Millôr Fernandes, Paulo Autran, Hector Babenco, Rubem Fonseca, Fernando Meirelles, Chico Buarque e outros grandes artistas brasileiros nunca precisaram disso, nem quando estavam em início de carreira.

2 thoughts on “Mamadeira Paradiso

  1. É um absurdo isto.Todos se dizem socialistas e correm atrás do governo.Uma vergonha.Pior do que isto é exportador que só sabe exportar via cambio alto.

  2. Orlando,
    Também não sei se 74 milhões daria para construir uma escola, mas, com certeza, não seria suficiente para produzir UM SÓ FILME em Hollywood. E, essa é a verba para TODOS os filmes do Brasil. De qualquer lado que se olhe é uma vergonha. Se é para ajudar que se disponibilize uma verba decente. Se é para distribuir essa merreca, é melhor investir em escolas, preferencialmente escolas de artes cênicas para se aprender a fazer filmes que sobrevivam por si só e não dependam do governo.

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